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A frente fria Medea, que desde o início da semana está a atingir a Grécia, deixou esta terça-feira Atenas sob um manto de neve.
Segundo a Associated Press, as autoridades apelaram aos cidadãos para ficar em casa sempre que possível, devido ao frio intenso e insegurança na estrada. Na capital grega, os autocarros públicos não estão a circular, há constrangimentos na rede do metro e a vacinação contra a Covid-19 teve de ser adiada.
Registaram-se ainda cortes de energia em Atenas e nas ilhas Espórades no mar Egeu, devido à queda de árvores.
As temperaturas no norte da Grécia, na região de Kozani, chegaram aos 20 graus negativos, enquanto as ilhas gregas estão a ser mais afetadas pelo vento forte, com rajadas que chegaram aos 118 quilómetros por hora.
"Está tudo branco"
À TSF, uma professora de português na Universidade de Atenas, Ana Maria Soares, descreve um cenário com muitas crianças a brincar na neve e explica que, com as temperaturas a subir, amanhã pode ser "muito perigoso" circular devido à formação de gelo nas ruas.
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"Está tudo branco e há muitas crianças na rua a fazer bonecos de neve e a jogar com bolinhas de neve", descreve a professora, que nota alguma alegria - em especial de "cães e crianças" - nas ruas do centro da cidade depois de tanto tempo em confinamento.
"Está tudo branco." Ana Maria Soares descreve o cenário nas ruas de Atenas
Chegar ao centro da cidade de Atenas revela-se também uma tarefa quase impossível, até porque os transportes não conseguem assegurar o serviço a cem por cento: o metro está encerrado em alguns locais e os autocarros e elétricos funcionam com interrupções.
"Tenho uma amiga que me disse que tentou chegar ao centro da cidade a pé, mas voltou para trás porque era impossível", conta a professora portuguesa.
Há registo de problemas nos transportes públicos da capital grega.
Os supermercados, apesar de abertos, registam "pouca afluência" porque as pessoas "tentaram ficar em casa a proteger-se".
"Não é a melhor situação, a de sair agora e partir uma perna ou ter algum problema e ter de ir para um hospital", nota Ana Maria Soares. "As pessoas ouviram o apelo do Governo e a maior parte ficou em casa enquanto a outros foi pedido que não se apresentassem no emprego."
"Pessoas ouviram o apelo do Governo."
As escolas gregas estão, à imagem das portuguesas, a funcionar através de ensino à distância, pelo que "os problemas não se sentiram tanto".