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O primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pashinian, afirmou hoje que o Azerbaijão "declarou a guerra" ao povo arménio após novos confrontos mortíferos na região separatista de Nagorno-Karabakh, apoiada por Erevan, e pediu ajuda internacional.
"O regime autoritário [azeri] declarou novamente a guerra ao povo arménio", afirmou Pashinian, num discurso transmitido pela televisão estatal arménia.
Na ocasião, Pashinian considerou que Baku e Erevan estão "à beira de uma guerra de envergadura", que terá "consequências imprevisíveis" e que poderá estender-se para além do Cáucaso.
Nesse sentido, o primeiro-ministro arménio pediu também à comunidade internacional que intervenha no conflito e que previna uma escalada de hostilidades na região.

© EPA
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"Há vítimas mortais e feridos também entre a população civil. Ao utilizar armamento pesado, o inimigo ataca as posições do Exército perto de Artaj [nome arménio de Nagorno-Karabakh) em todas as direções", referiu Pashinian.
Na sua intervenção, de sete minutos, o primeiro-ministro arménio disse que o país está "pronto" para um conflito, indicando "ser claro" que o ódio propagado contra os arménios no Azerbaijão "não podia dar outro resultado que não a guerra".
O chefe do executivo de Erevan explicou ter decretado a lei marcial e a mobilização geral porque o Azerbaijão "pode começar com ações militares em direção à fronteira" com a Arménia e "recorrer a provocações para desestabilizar a situação na região".
Nesse sentido, apelou ao Grupo de Minsk (Estados Unidos, França e Rússia) da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para mediar o conflito em Nagorno-Karabakh e também a "toda a comunidade internacional" para que "leve a sério" a situação.
Pashinian pediu ainda à comunidade internacional que use a sua influência para desencorajar a Turquia, que manifestou hoje "total apoio" ao Azerbaijão, de interferir no conflito.
Erevan e Baku acusam-se mutuamente de ter desencadeado hoje de madrugada violentos combates pelo controlo de Nagorno-Karabakh, região separatista no Azerbaijão sob tutela arménia desde o início dos anos 1990.
Nenhuma das partes em conflito divulgou um balanço sobre vítimas mortais, confirmando apenas a existência de óbitos de militares e de civis.
A União Europeia (UE), o Conselho Europeu, a Rússia, a França e a Alemanha já lamentaram os confrontos e pediram a cessação imediata das hostilidades, bem como o regresso à mesa de negociações.
Por seu lado, a Turquia já manifestou "apoio total" ao Azerbaijão na disputa contra a Arménia, disponibilizando quaisquer equipamentos militares que Baku venha a solicitar.