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A escritora, conhecida como Tang, foi condenada por "operações comerciais ilegais" que "afetaram seriamente a ordem do mercado", de acordo com fontes citadas pela imprensa.
Além da 'blogger', dois outros proprietários de uma loja da popular plataforma de comércio eletrónico 'Taobao' foram condenados a três anos e meio de prisão, enquanto três dirigentes de uma fábrica de impressão foram condenados a dois anos e meio.
Tang foi detida em dezembro de 2017 pela polícia na cidade central de Wuhan, depois de publicar e vender romances considerados ilegais por não terem sido aprovados por agências governamentais e não terem um número de registo.
Segundo a imprensa estatal chinesa, os cinco livros escritos pela 'blogger' continham cenas "lascivas de sexo homossexual".
A autora terá ganho com as publicações um total de 1,18 milhões de yuans (153 mil euros), fator que, segundo o advogado Lü Xiaoquan, citado pelo jornal Global Times, foi fundamental para aumentar a pena de prisão.
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"Para os livros publicados por razões científicas ou de utilidade pública, os tribunais tendem a conceder uma punição menos severa", explicou o advogado.
Esta sentença surge meses depois de tribunais chineses terem condenado outra escritora chinesa a dez anos e meio de cadeia pela publicação de um romance erótico com protagonistas homossexuais, uma pesada sentença que causou choque e indignação no país.
Embora a homossexualidade seja legal na China desde 1997 e tenha sido desclassificada como doença mental em 2001, uma grande maioria dos chineses continua a encarar a homossexualidade como uma doença.
Na Constituição chinesa, a homossexualidade é considerada um "ato anormal", de tal forma que as autoridades desenvolveram diferentes regulamentações para censurar a disseminação de conteúdo 'gay'.
Mais de 70 milhões de homossexuais no gigante asiático carecem de qualquer tipo de proteção.