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Com 11 mil mortos no país, o Brasil começa, só agora, a adotar medidas mais duras de isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus.
Os exemplos das atitudes mais drásticas, com o decreto de lockdowns, por exemplo, vêm de Manaus, no norte, e de São Luís, no nordeste, cidades onde o sistema de saúde já beira o colapso.
Mas entretanto o estado de São Paulo, com larga margem o mais afetado pela pandemia em números absolutos, decidiu prolongar a quarentena, que deveria terminar neste fim de semana, até junho.
Em paralelo a estas medidas, noutras regiões do país, como em cidades de Santa Catarina, no sul, a flexibilização avança e já se abrem até centros comerciais.
As diferenças de políticas de estado para estado são resultado de uma confusão instalada sobretudo pelo governo federal liderado pelo presidente Jair Bolsonaro.
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Enquanto a maioria dos 27 governadores estaduais defende desde há meses regras rígidas de quarentena no combate à doença, Bolsonaro vem desdramatizando o fenómeno, chamando-lhe de gripezinha, primeiro, anunciando o seu fim precoce, depois, e propondo, finalmente, remédios milagrosos para o combater.
O presidente é o maior adepto do regresso das crianças às aulas e de toda a gente ao trabalho - ainda no final da semana passada decretou a construção civil e a indústria como atividades essenciais.
Os cidadão brasileiros sentem-se, por isso, perdidos entre obedecer ao que dizem os governadores dos seus estados ou seguir as recomendações do Palácio do Planalto.
E o resultado é que o Brasil se tornou aquilo que a revista Veja definiu como "campeão mundial da bagunça", com cerca de 700 óbitos contabilizados a cada dia desde há uma semana e sem uma política capaz de conter a tragédia.
