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O Brasil tem hoje 261 manifestações marcadas em cidades de todas as regiões do país no dia em que se comemoram 199 anos de independência de Portugal. 191 delas são de oposição ao governo e 70 favoráveis a Jair Bolsonaro. São estas, sobretudo as que se realizam em São Paulo e no Rio de Janeiro e, especialmente, em Brasília, as que mais centram as atenções.
Há temor da população e da maioria dos observadores que, após o discurso do presidente na capital, possa haver algum tipo de agressão ou invasão às sedes do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, a apenas centenas de metros do centro das manifestações - no género, no fundo, das cenas que se viram em janeiro no Capitólio, em Washington, protagonizadas por eleitores de Donald Trump que não aceitaram a vitória de Joe Biden.
Os dois poderes, judicial e legislativo, vêm sendo atacados por Bolsonaro, chefe do executivo e pelos seus apoiantes.
Em relação ao Supremo, o que os move é a prisão, por ordem de um juiz, Alexandre de Moraes, de bolsonaristas, como o ex-deputado Roberto Jefferson, depois destes terem publicado vídeos, armados, a ameaçar as instituições brasileiras.
E em relação ao Congresso, o chumbo recente de uma proposta do governo para restaurar o voto impresso - no Brasil, vota-se em urnas eletrónicas, consideradas mais fiáveis, eficazes e rápidas pelos especialistas, mas não por Bolsonaro.
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Do lado da oposição, as manifestações têm como mote a caótica gestão da pandemia, a inflação a subir, com o preço de produtos essenciais como feijão e arroz, gasolina e eletricidade, a atingir máximos históricos e, claro, os arroubos autoritários do presidente.