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A Comissão Europeia apresenta esta quinta-feira o boletim macroeconómico intercalar de inverno, no qual calcula o crescimento da economia portuguesa em 4,9%, no ano passado, em linha com a estimativa do Instituto Nacional de Estatística.
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No último trimestre de 2021 a recuperação manteve-se, com um crescimento do PIB de 1,6%, mas a um ritmo mais lento do que no terceiro trimestre. A economia portuguesa recupera assim pouco mais de metade do nível de produção, em relação a 2020, ano em que o PIB caiu 8,4% devido à pandemia.
Já em níveis pré-pandemia estão "todas as componentes da procura, o investimento e as exportações", refere a Comissão Europeia no boletim macroeconómico intercalar de inverno.
O consumo privado recuperou a um ritmo um pouco mais lento, devido Às "restrições contínuas durante a maior parte do ano", nos serviços de contacto. As exportações de serviços "aumentaram substancialmente no segundo semestre do ano", mas mantém-se ainda muito abaixo do nível pré-pandemia, uma vez que "o grande setor de turismo estrangeiro do país ainda esteve limitado pelas condições de viagens internacionais".
Recuperação em 2022
O início de 2022 foi marcado pelo aparecimento de infeções, com o aumento recorde no número de casos, e isso refletiu-se em "uma nova queda nas viagens internacionais", que deverá representar uma "desaceleração do crescimento económico em Portugal para 0,5% no primeiro trimestre de 2022".
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Bruxelas assume, porém, "uma melhoria das condições", projetando uma recuperação do crescimento económico no segundo trimestre para "níveis pré-pandemia".
Em termos anuais, Bruxelas prevê um crescimento de "5,5% em 2022 e 2,6% em 2023", considerando que "a procura interna" dará um contributo "substancial", para o resultado em ambos os anos, mas também "pela implementação do Plano de Recuperação e Resiliência".
A recuperação do turismo "deverá ter uma contribuição líquida positiva para o crescimento em 2022", e um impacto "neutro" no próximo ano. Nesta previsão, Bruxelas está já a afastar qualquer cenário de novas interrupções devido à pandemia.
Energia e Inflação
"A inflação aumentou de -0,1%, em 2020, para 0,9%, em 2021, devido à volatilidade significativa nos preços da energia", calculam os especialistas da Comissão Europeia.
Para o consumidor "os preços da energia aumentaram 13,2%, no último trimestre de 2021", quando comparados com o ano anterior", impulsionados principalmente "pelos preços do petróleo bruto".
Bruxelas salienta que "as alterações nas componentes reguladas da eletricidade protegeram as famílias do forte aumento dos preços grossistas". No entanto, a componente energética dos preços ao produtor "subiu a um ritmo muito mais elevado", refletindo-se no custo para o consumidor "numa vasta gama de bens e serviços".
"No geral, a inflação global medida pelo Índice harmonizado de preços no consumidor atingiu 2,4%, no último trimestre de 2021", em relação ao mesmo período do ano passado.
A Comissão Europeia mantém a expectativa de que "a inflação dos preços da energia diminua" este ano e no próximo. Mas, os efeitos de base - os preços mais altos dos produtos energéticos - e uma nova recuperação dos preços dos serviços "deverão elevar a inflação para 2,3% em 2022, antes de moderar para 1,3% em 2023".