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Bruxelas reconhece a dificuldade para levar ajuda humanitária aos migrantes presos na fronteira entre a Bielorrússia e o espaço europeu.
É uma das reivindicações dos 27, que seja autorizada a entrada de ajuda para os migrantes. Na chamada telefónica para Minsk, durante o fim de semana, o Alto Representante para a Política Externa, Josep Borrell, falou com o ministro bielorrusso dos Negócios Estrangeiros "para lhe dizer que a situação é completamente inaceitável, e que tem de ser organizada ajuda humanitária".
Questionado na tarde desta segunda-feira sobre quando e como essa ajuda pode chegar ao terreno, o porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer, reconheceu as limitações, para dar "a assistência necessária".
"Estamos em contacto com todas as organizações internacionais que podem ter um papel a desempenhar no tratamento da situação humanitária, e da situação de saúde na região", afirmou Eric Mamer, declarando que do lado Europeu "estamos prontos para os ajudar".
Ouça aqui a reportagem da TSF
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"Nós mesmos não podemos dar assistência necessária e temos de passar pelas organizações para o fazer", reconheceu.
Bruxelas acusa o regime do presidente Alexander Lukashenko de levar a cabo uma guerra híbrida, ao organizar travessias aéreas de pessoas de vários países do médio oriente, para a Bielorrússia, que são posteriormente "empurradas para as fronteiras" da Polónia e de países do Báltico.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 estão reunidos para discutirem os últimos desenvolvimentos, tendo aprovado uma alteração ao regime de sanções, que prepara o caminho para a entrada de novos alvos na lista de pessoas e entidades que colaboram com o poder na Bielorrússia.
Em comunicado o Conselho esclarece que a decisão é tomada "tendo em conta a situação na fronteira da UE com a Bielorrússia, de modo a poder responder à instrumentalização dos seres humanos levada a cabo pelo regime bielorrusso para fins políticos".
As companhias aéreas envolvidas no transporte de migrantes, bem como as agências de viagem que organizam as travessias podem vir a ser visadas.
De acordo com a nota divulgada em Bruxelas, a União Europeia poderá agora visar pessoas e entidades que organizam ou contribuem para atividades do regime de Lukashenko e que facilitam a passagem ilegal das fronteiras externas da UE.
Bruxelas tem em vista algum tipo de penalização das companhias aéreas envolvidas no transporte de migrantes de vários países do Médio Oriente.
A Turkish Airlines e a Fly Dubai são duas companhias que tem estado na mira de Bruxelas, e podem vir a ser penalizadas no espaço europeu.
"A decisão de hoje reflete a determinação da UE em fazer frente à instrumentalização dos migrantes para fins políticos", afirmou o alto representante para a Política Externa, Josep Borrell, condenando a "inaceitável repressão em curso do regime contra a sua própria população em casa, e responderemos em conformidade".
Borrell afirmou que a estratégia para travar o fluxo de migrantes passa também por um diálogo com as autoridades dos países de origem. "O meu colega [Margaritis] Schinas está em Bagdad. Penso que do ponto de vista dos fluxos para a União Europeia, as coisas estão a ficar sob controlo", afirmou, insistindo na necessidade de "se organizar ajuda humanitária para estas pessoas, e para evitar qualquer tipo de ataque híbrido contra a fronteira da União Europeia".
O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell considera que se trata de uma situação inaceitável, que deve ser travada sem mais demora, prometendo explorar todas as vias diplomáticas para resolver o problema.
"Por enquanto, não estamos a falar de ações militares, por enquanto", afirmou Borrell, a poucas horas da União Europeia anunciar a 5ª ronda de sanções a Minsk.