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As forças especiais canadianas estão a operar em Cabul, capital do Afeganistão, para lá dos limites do aeroporto internacional para retirar o maior número de pessoas do país, revelaram esta segunda-feira as autoridades do Canadá.
Além de cidadãos canadianos, também afegãos e as suas famílias estão a ser retirados do Afeganistão, destacaram esta segunda-feira as autoridades do Canadá em conferência de imprensa.
No total foram já retiradas cerca de 1.700 pessoas, incluindo canadianos e afegãos refugiados, através de 13 voos.
Após a queda de Cabul, as autoridades canadianas anunciaram que vão acolher cerca de 20 mil afegãos considerados vulneráveis, como jornalistas, ativistas ou funcionários do Governo.
O Canadá ofereceu-se ainda para receber milhares de afegãos, e as suas famílias, que colaboraram com as forças armadas e diplomáticas desde 2001.
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O Governo canadiano decidiu ainda revelar que as suas forças especiais "têm estado a operar fora dos limites do Aeroporto Internacional Hamid Karzai" em Cabul, de forma a perceber o que está a acontecer no terreno.
Até agora, os canadianos não tinham dado detalhes sobres as operações realizadas em Cabul.
No domingo, o ministro da Defesa do Canadá, Harjit Sajjan, salientou que não podia revelar em pormenor o que as tropas estavam a realizar no Afeganistão.
O Canadá estabeleceu uma série de albergues na capital afegã, recebendo refugiados considerados vulneráveis e que estão em processo de retirada daquele país desde que os taliban estão no poder.
Estados Unidos, Alemanha e França são alguns dos países que têm mobilizado recursos para retirar pessoas que não conseguem chegar ao aeroporto de Cabul.
Também na segunda-feira o primeiro-ministro do Canadá em funções, Justin Trudeau, revelou que vai participar na reunião dos líderes do G7, que vai decorrer de forma virtual na terça-feira para discutir a situação no Afeganistão.
Trudeau adiantou ainda que vai apoiar a imposição de sanções aos taliban.
Os taliban conquistaram Cabul no dia 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.