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O governo do Canadá assegurou que as mulheres norte-americanas que não possam interromper a gravidez nos EUA poderão fazer um aborto no país. A decisão surge numa altura em que se debate uma possível anulação da decisão de 1973, que autorizou o abordo nos EUA.
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A ministra das Famílias do Canadá, Karina Gould, revelou a posição do país, que pretende ajudar todas as mulheres que precisem.
"Sim, não vejo porque não. Se vêm aqui e precisam de acesso, é um serviço que lhes daríamos", respondeu Karina Gould durante uma entrevista à televisão pública do Canadá CBC, depois de o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau também ter defendido "o direito a escolher" das mulheres.

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O jornal norte-americano Politico noticiou na segunda-feira, citando documentos não divulgados, que o Supremo Tribunal dos Estados Unidos prepara-se para anular a decisão histórica de 1973 que reconheceu o direito ao aborto.
O diário afirmou ter obtido um projeto de decisão escrito pelo juiz conservador Samuel Alito e datado de 10 de fevereiro, que ainda está a ser negociado até à publicação, prevista para antes de 30 de junho.
O processo Roe v. Wade, que há quase meio século sustentava que a Constituição dos EUA protegia o direito da mulher a fazer um aborto, era "totalmente sem mérito desde o início", de acordo com o documento obtido e citado pelo Politico.
Se esta conclusão for aceite pelo Supremo Tribunal, os Estados Unidos voltarão à situação que existia antes de 1973, quando cada Estado era livre de proibir ou autorizar a realização de abortos. Dada a grande divisão geográfica e política sobre a questão, espera-se que metade dos Estados, especialmente no sul e no centro conservadores, proíbam rapidamente o procedimento.