"Cessar-fogo não está a ser cumprido." PAM com dificuldades na ajuda humanitária no Sudão

A porta-voz do Programa Alimentar Mundial diz à TSF que "cerca de 19 milhões de pessoas, 40% da população, não sabe quando terá a próxima refeição".

A porta-voz do Programa Alimentar Mundial (PAM), Leni Christine, acusa o exército sudanês e os rebeldes de não cumprirem o cessar-fogo e avisa que uma parte significativa da população do Sudão não sabe quando voltará a ter comida.

"Cerca de 19 milhões de pessoas, 40% da população, não sabe quando terá a próxima refeição. Também vemos que o cessar-fogo não está a ser cumprido, o que torna o nosso trabalho muito mais difícil", alerta a porta-voz do PAM, em declarações à TSF.

O cessar-fogo foi mediado com mediação da Arábia Saudita e dos Estados Unidos da América, mas os confrontos continuam em Cartum. A agência das Nações Unidas viu-se obrigada a centrar as operações junto à costa na cidade de Porto Sudão, a quase mil quilómetros da capital.

"Em estados como Gezira, onde continuam a chegar pessoas que fogem dos combates em Cartum, bem como nos estados Gadarife e Cassala. Também conseguimos reiniciar as nossas operações em três estados do Darfur e estamos a fazer todo o possível para expandir o acesso quando a situação de segurança o permitir", descreve Leni Christine.

Mas o objetivo é chegar a todo o país: "Por exemplo, ontem conseguimos chegar à cidade de Blue Nile, que fica ao sul perto da fronteira com o Sudão do Sul. Mas além de estarmos preocupados com a nossa segurança, estamos sobretudo preocupados em ter acesso humanitário para conseguirmos chegar a lugares onde as pessoas foram muito afetadas pelos combates e precisam desesperadamente do nosso apoio."

Para Leni Christine, isso só será possível com garantias de segurança de ambas as partes do conflito.

"É por isso que continuamos a apelar para que o cessar-fogo seja respeitado. Caso contrário, é uma violação grosseira do direito humanitário internacional e torna muito mais difícil fazer chegar a ajuda a quem mais precisa", refere a porta-voz do PAM.

E o conflito obrigou a agência a atravessar as fronteiras para o Sudão do Sul, o Chade ou o Egito.

"No Egito, por exemplo, estamos a fornecer refeições prontas e bolachas energéticas. A resposta de emergência para aqueles que atravessam a fronteiras - e já são 150 mil. Também estamos a dar ajuda em dinheiro no Egito", explica.

A violência no Sudão já fez mais de 850 mil deslocados internos e quase trezentos mil refugiados.

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