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O Conselho informal de ministros dos Negócios Estrangeiros (Gymnich) vai discutir esta quinta-feira "como implementar" as sanções económicas e setoriais à Bielorrússia, anunciou o Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell.
"Vamos falar certamente sobre a Bielorrússia, vamos discutir como implementar as sanções económicas e setoriais" àquele país, afirmou Josep Borrell à chegada ao Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, onde esta quinta-feira decorre o conselho informal de Negócios Estrangeiros, que será presidido também pelo chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva.
Borrel referia-se ao incidente ocorrido no domingo, em que um voo da companhia de baixo custo irlandesa entre Atenas, na Grécia, e Vílnius, na Lituânia, foi forçado a fazer um desvio para Minsk, na Bielorrússia, que culminou com a detenção do jornalista e ativista bielorrusso Roman Protasevich e da companheira.
Esta segunda-feira, no Conselho Europeu, os chefes de Governo e de Estado da União Europeia decidiram avançar com proibições e sanções contra o regime bielorrusso, com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a declarar na ocasião que a UE "não tolera que tentem jogar à roleta russa com vida de civis", condenando o desvio do voo comercial para deter um opositor bielorrusso que seguia a bordo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, em entrevista esta semana à Lusa, qualificou o desvio do voo da Ryanair como "um ato absolutamente desesperado" da Bielorrússia, no "limite do que é imaginável", e considerou as justificações de Minsk são "tão implausíveis que são até ridículas".
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Além deste "assunto importante" e "completamente inaceitável", vão também ser discutidas as parcerias com África, a estratégia com a região do Indo-Pacífico e os conflitos na vizinhança Leste, que, segundo o Alto Representante da UE, estão a "afetar" a segurança europeia.
Em outubro de 2020, a UE avançou com sanções contra o líder da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, depois de este ter reforçado as medidas restritivas contra manifestações pacíficas no país.
As presidenciais de 9 de agosto na Bielorrússia deram a vitória a Lukashenko, com 80% dos votos, no poder há 26 anos, o que é contestado pela oposição e não é reconhecido pela UE.