Cimeira UE - Ucrânia. Von der Leyen leva comissários a Kiev

Executivo comunitário reúne-se com Volodymyr Zelensky, mas sem promessas de uma adesão rápida da Ucrânia à União Europeia.

A presidente da Comissão Europeia desloca esta quinta-feira parte do executivo comunitário, para Kiev, para uma reunião extraordinária com as autoridades ucranianas. Os encontros vão decorrer ao mais alto nível, com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky e com o governo de Kiev, na véspera de uma Cimeira entre os representantes institucionais da União Europeia e a Ucrânia.

Os encontros acontecem poucos dias depois de o primeiro-ministro Ucraniano, Denys Shmygal ter expressado o desejo de uma adesão rápida à União Europeia. Mas, não haverá promessas do lado europeu, em torno de uma rápida adesão.

A propósito das expectativas em Kiev, a TSF ouviu em Bruxelas, a comissária da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, a qual reconhece que se trata de "uma impossibilidade" qualquer especulação sobre datas, numa altura em que o país se encontra em guerra e há um conjunto de reformas que tem de ser concretizadas.

Será necessário ir além da mera alteração das leis no país. "Mudar a legislação não basta, [e] nós todos sabemos que não basta. É preciso que a implementação seja feita e isto requer uma transformação interna dos países, que não é fácil", reconhece a comissária, apontando os exemplos mais prementes em matéria de reformas.

É necessário adaptar "o funcionamento das instituições, o funcionamento dos tribunais, o Estado de Direito, - não só em termos formais mas em termos de implementação", destacou Elisa Ferreira, expressando a disponibilidade dos serviços da Comissão "para ajudar a Ucrânia a cumprir todos esses requisitos de modo a que uma efetiva adesão possa ter lugar, alargando mais uma vez a Europa".

Baixando as expectativas sobre os resultados do encontro, relativamente ao processo de alargamento, a comissária sublinha que "de facto há todo um trajeto de progresso a ser desenvolvido por parte da Ucrânia".

Na terça-feira, o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal considerou que a realização destes encontros são "um sinal forte" para os "inimigos da Ucrânia".

"Aquilo que se espera é que a guerra termine rapidamente, mas termine bem", afirmou Elisa Ferreira, esclarecendo que isso significaria "preservar a democracia na Europa, o respeito pelos direitos de cada país, à sua autodeterminação e a uma vida para os seus cidadãos que tenha qualidade".

A comissária portuguesa tem encontros agendados esta quinta-feira no norte da Europa e não integra a comitiva de Von der Leyen em Kiev.

Entre os comissários que se deslocam à capital ucraniana, sob fortes medidas de segurança, está Valdis Dombrovskis, que tutela as pastas económicas, Margaritis Schinas, Vice-Presidente da Comissão com a pasta da promoção do Modo de Vida Europeu, ou o comissário da Agricultura, Janusz Wojciechowski.

Na sexta-feira, Volodymyr Zelensky será o anfitrião de uma cimeira em Kiev com os líderes das instituições com sede em Bruxelas, e com o chefe da Diplomacia Europeia. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell, Alto Representante para a Política Externa e Charles Michel, presidente do Conselho Europeu agendaram quatro tópicos para a Discussão com as autoridades ucranianas.

"O primeiro é o processo de integração [da Ucrânia] na União Europeia. Em segundo lugar, a resposta europeia à guerra de agressão levada a cabo pela Rússia contra a Ucrânia", avançou uma fonte europeia ouvida pela TSF. Estará também em cima da mesa "o plano de paz de dez alíneas do Presidente Zelensky, em torno dos tópicos da responsabilização e reconstrução.

"Por último, mas não menos importante, penso que será provável que o tópico da segurança alimentar global venha a ser abordado", acrescentou a mesma fonte.

Este alto funcionário admitiu que esta "não é de todo uma cimeira em condições fáceis", apontando o facto do país se encontrar em guerra como razão principal. "A realização da Cimeira num país em guerra é uma mensagem importante sobre a prioridade para a União Europeia nas relações da União Europeia com a Ucrânia".

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