Comissão Europeia pode não renovar contratos com AstraZeneca e Johnson & Johnson

Fonte do ministério da Saúde italiano disse à imprensa que Bruxelas vai optar por vacinas de mRNA em vez das de vetor viral.

A Comissão Europeia poderá não renovar os contratos para aquisição da vacina contra a Covid-19 das farmacêuticas AstraZeneca e a Johnson & Johnson.

Segundo avança o jornal italiano La Stampa esta quarta-feira, citando fonte do ministério da Saúde italiano, os contratos em vigor não serão renovados quando expirarem, no próximo ano.

"A Comissão Europeia, em acordo com os líderes de muitos países (da UE), decidiu que os contratos com as empresas que produzem vacinas (de vetor viral), válidos para o ano em curso, não serão renovados no seu termo", pode ler-se no jornal italiano.

Bruxelas vai antes optar por vacinas que usam tecnologia de mRNA, como a da Pfizer/BioNTech e a da Moderna, garante a fonte do ministério da Saúde italiano.

Contudo, contactada esta manhã pela TSF, Comissão Europeia escusa-se a "comentar questões contratuais", mas não fecha a porta a qualquer das opções. Pelo contrário, afirma que todas as possibilidades "estão em aberto".

"Mantemos todas as opções em aberto para nos prepararmos para as próximas etapas da pandemia, em 2022 e mais adiante", afirmou o porta-voz da Comissão Europeia para a Saúde, Stefan De Keersmaecker questionado pela TSF.

Esta terça-feira a Johnson & Johnson anunciou que vai adiar as entregas da vacina na Europa, depois de a FDA, que regula os medicamentos norte-americanos, ter pedido a suspensão imediata da toma da vacina nos Estados Unidos.

O Centro para Controlo e Prevenção de Doenças e a Food and Drug Administration (FDA) avançaram, numa declaração conjunta, estar a investigar coágulos sanguíneos detetados em seis mulheres nos dias a seguir a terem tomado a vacina desta farmacêutica, em combinação com contagens de plaquetas reduzidas.

Também a Agência Europeia do Medicamento (EMA) indicou na sexta-feira que estava a investigar ligações entre esta vacina e casos de coágulos sanguíneos.

A AstraZeneca é alvo de suspeita semelhante, tendo a EMA já concluído que existe uma possível ligação entre a vacina contra a Covid-19 desta farmacêutica e a ocorrência de fenómenos trombóticos.

Não foi recomendada a suspensão da vacina da AstraZeneca por se considerar que os benefícios globais superam os riscos de efeitos secundários, mas as autoridades de saúde portuguesas recomendam o seu uso apenas em pessoas com mais de 60 anos, idade a partir da qual não houve uma associação entre a vacina e a formação de coágulos sanguíneos.

Qual a diferença entre vacinas de vetor viral e vacinas de mRNA?

As vacinas da AstraZeneca e Johnson & Johnson são vacinas de vetor viral, o que significa que usam como suporte outro vírus - no caso destas duas vacinas trata-se de um adenovírus - que foi transformado para incluir uma parte (vetor) do vírus responsável pela Covid-19. O vírus modificado penetra nas células das pessoas vacinadas, que depois fabricam uma proteína típica do SARS-CoV-2, preparando o sistema imunológico para combater o coronavírus em caso de contágio.

As vacinas da Pfizer e da Moderna têm por base a tecnologia genética do RNA mensageiro (mRNA), que consiste em injetar nas células fragmentos de instruções genéticas que as levam a produzir proteínas ou antígenos específicos de coronavírus, o que, por sua vez estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos neutralizadores. Assim, se a pessoa que recebeu a vacina for contagiada pelo SARS-CoV-2, o seu organismo está preparado para o combater.

Notícia atualizada às 11h33

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