Conselho de Segurança da ONU quer levar à justiça autores de atentado em Cabul

Os 15 países que compõem o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas apelaram à comunidade internacional para identificarem os organizadores, financiadores e patrocinadores do atentado, para que possam ser julgados.

O Conselho de Segurança da ONU afirmou esta sexta-feira que os autores do atentado em Cabul devem ser levados à justiça.

De acordo com a AFP, este organismo das Nações Unidas pediu à comunidade internacional que leve à justiça os autores dos atentados no aeroporto de Cabul, segundo um comunicado divulgado nesta sexta-feira.

"Os membros do Conselho de Segurança destacaram a necessidade de responsabilizar os perpetradores, organizadores, financiadores e patrocinadores destes atos repreensíveis de terrorismo e de os levar à justiça", afirmou o conselho de 15 membros, que pediu aos Estados "a cooperação ativa com todas as autoridades pertinentes neste sentido".

Os membros do Conselho de Segurança "condenam nos termos mais veementes os deploráveis ataques" perto do Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul.

O Conselho de Segurança disse que todas as partes devem respeitar as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional em todas as circunstâncias, incluindo a proteção da população civil.

"Os membros do Conselho de Segurança reafirmam que o terrorismo, em todas as suas formas e manifestações, constitui uma das mais graves ameaças à paz e segurança internacionais. Atacar deliberadamente civis e pessoal que ajuda na retirada de civis é particularmente abominável e deve ser condenado", lê-se no comunicado.

O Conselho de Segurança salientou a importância de combater o terrorismo no Afeganistão para garantir que o seu território não será usado para atacar outros países. Disse também que nenhum grupo ou cidadão afegãos devem apoiar terroristas que operem noutro país.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, já tinha condenado o atentado em Cabul na quinta-feira, e convocou uma reunião do Conselho de Segurança para segunda-feira, para discutir a situação no Afeganistão

"O incidente realça a volatilidade da situação no Afeganistão, mas também fortalece a nossa determinação, enquanto continuamos a levar ajuda urgente por todo o país para apoiar o povo afegão", disse então Stéphane Dujarric, porta-voz do antigo primeiro-ministro português.

O ataque terrorista em Cabul foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico da Província de Khorasan (ISKP, na sigla em inglês).

Horas depois do ataque, em que morreram 13 militares norte-americanos, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu que os autores iriam pagar pelo ataque. "Não esqueceremos, não perdoaremos e vamos caçar-vos e fazer-vos pagar", disse Joe Biden.

"Vamos responder com precisão num momento à nossa escolha. Vocês não vão ganhar", acrescentou.

Os Estados Unidos e os seus aliados invadiram o Afeganistão em outubro de 2001, depois de os taliban se terem recusado a entregar o então líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, considerado o principal responsável pelos ataques terroristas de 11 de setembro, que tinham acolhido no país.

A invasão também pôs fim ao primeiro governo dos taliban (1996-2001), que regressaram ao poder no passado dia 15 de agosto, após uma ofensiva que coincidiu com o início da retirada das forças internacionais.

A operação de retirada dos militares dos Estados Unidos terá de estar concluída até à próxima terça-feira, 31 de agosto.

Milhares de afegãos com medo dos taliban têm afluído diariamente ao aeroporto de Cabul desde 15 de agosto, de onde as forças internacionais retiraram mais de cem mil pessoas desde então.

O conselho de segurança só se reunirá na segunda-feira.

Na explosão em Cabul morreram 13 militares norte-americanos. Registaram-se pelo menos 95 mortos e 150 feridos. Joe Biden garantiu na quinta-feira à noite que não vai esquecer nem perdoar o que aconteceu e irá atrás dos responsáveis para os fazer pagar.

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