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O operador estatal de energia da Ucrânia anunciou esta quarta-feira que o acesso da central nuclear de Chernobyl e dos seus sistemas de segurança à energia elétrica foram "cortados por completo", colocando em risco o arrefecimento de resíduos.
Num comunicado divulgado no Facebook, a Ukrenergo explica que as ações militares em curso no local "não dão qualquer possibilidade de restaurar as linhas".
A Energoatom, citada pela Reuters, alerta que a central precisa de manutenção constante para evitar desastres nucleares como o de 1986 e o corte de energia pode levar à libertação de substâncias radioativas da central, uma vez que o corte de energia impede o arrefecimento dos resíduos nucleares.
O aquecimento pode levar à "libertação de substâncias radioativas para o meio ambiente. A nuvem radioativa pode ser levada pelo vento para outras regiões da Ucrânia, Bielorrússia, Rússia e Europa", alerta.
O corte de energia impede também o funcionamento dos sistemas de ventilação da central, o que pode expor os funcionários a doses perigosas de radiação.
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Entretanto, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) disse que "não houve um impacto crítico na segurança" da central nuclear ucraniana.
"A carga térmica da piscina do depósito de combustível usado e o volume de água de arrefecimento são suficientes para garantir uma evacuação eficaz do calor sem eletricidade", explicou a AIEA, no Twitter.
IAEA says heat load of spent fuel storage pool and volume of cooling water at #Chornobyl Nuclear Power Plant sufficient for effective heat removal without need for electrical supply. IAEA update from March 3: https://t.co/x5IlduZQOn
MNE pede cessar-fogo
No Twitter, o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, fez um apelo a toda a comunidade internacional "para que exorte imediatamente a Rússia a um cessar-fogo" que permita que as equipas de reparação possam "restabelecer o fornecimento de eletricidade o mais rapidamente possível".
Os geradores de emergência, a diesel, "alimentarão a central nuclear de Chernobyl e as suas instalações por 48 horas". De seguida, explica, "o sistema de arrefecimento do armazenamento de combustível nuclear usado será desligado", algo que cria risco de fuga de radiação.
"A guerra bárbara da Rússia ameaça toda a Europa. Putin deve pará-la imediatamente!", remata.
Esta madrugada, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) revelava ter perdido o contacto com os sistemas de dados nucleares da central, que não estava a "transmitir dados para o órgão de vigilância atómica da ONU". Mais de 2000 funcionários, técnicos e guardas permanecem presos no local e a trabalhar desde o início do conflito. A situação "está pior" para os trabalhadores no local, explicou a AIEA.
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*Notícia atualizada às 14h07