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A Bélgica intensificou hoje as medidas para conter a pandemia, perante números sem precedentes e "alarmantes", com mais de 10 mil infeções em 24 horas. Com o avanço do "vírus injusto", o governo considerou que não tinha alternativa.
"Vamos limitar o número de contactos sociais próximos ao máximo de uma pessoa. O teletrabalho será regra, para as funções que o permitirem. Onde não for possível pedimos a adoção de todas as medidas necessárias para que aqueles que precisem de ir aos locais de trabalho o possam fazer da forma mais segura possível", anunciou o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo.
Bélgica aperta o cerco no combate à Covid-19. Reportagem de João Francisco Guerreiro.
As medidas dirigem-se também a um setor que na Bélgica é considerado um dos focos de infeção: "os restaurantes, que têm de encerrar durante o período de um mês", anunciou De Croo, prometendo "nova avaliação daqui a duas semanas".
A medida dirigida ao setor será acompanhada de "um pacote de apoio importante, para ajudar os cafés e os restaurantes a atravessarem este período que é muito difícil para eles", anunciou o novo chefe do governo belga.
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As medidas serão acompanhadas de um recolher obrigatório noturno, com a "venda de álcool proibida a partir das 20h00 e uma medida de "corta-fogo", entre a meia-noite e as cinco da manhã".
O primeiro-ministro não exclui a possibilidade de intensificar as medidas, perante o avanço do vírus, embora se diga "consciente que estas são muito severas, e que vão parecer injustas a muitas pessoas".
"Infelizmente este vírus é injusto. Este vírus não nos afeta a todos. Mas afeta de uma forma desproporcionada as pessoas mais vulneráveis", lamentou no dia em que a Bélgica ultrapassou as 10 mil infeções diárias e conta já com mais de 2000 internamentos. E, nesta sexta-feira, 35 pessoas morreram com a nova doença.
À taxa atual, o número de infeções "duplica em cada sete dias e, os próximos dias não trarão boas notícias", assumiu Alexander De Croo, apelando às pessoas que respeitem as medidas "rigorosamente".