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Abu Ibrahim al-Hashemi al-Qurashi era o nome de guerra de Amir Mohammed Abdul Rahman al-Mawli al-Salbi, descrito pelo Estado Islâmico como alguém "proeminentemente jihad". Antes de ser líder do grupo terrorista foi prisioneiro das forças norte-americanas, com quem colaborou, fornecendo informações privilegiadas sobre o Estado Islâmico.
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Quando assumiu a liderança da organização terrorista em 2019, uma semana depois da morte do anterior líder Abu Bakr al-Baghdadi, Abu al-Qurashi foi apresentado como um combatente veterano, que já tinha lutado contra os Estados Unidos no passado.
Ao batizar o então novo líder com o nome "al-Qurashi", o Estado Islâmico deixava claro que se tratava de um descendente da tribo Quraysh, do profeta Maomé. Algo que é geralmente considerado pelos estudiosos sunitas pré-modernos como uma característica fundamental para se tornar califa.

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Apelidado também de "o professor" ou o "destruidor", o jihadista com múltiplos pseudónimos dirigiu o massacre da minoria de língua curda dos yazidis, no Iraque. Washington tinha prometido uma recompensa dez milhões de dólares (8,7 milhões de euros) por qualquer informação que ajudasse a encontrá-lo.
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Mais tarde, no ano passado, uma investigação do Washington Post descobriu que Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurashi trabalhou para as forças norte-americanas, entregando informações sobre o grupo terrorista aos EUA. Os relatórios secretos, a que o jornal norte-americano teve acesso, descrevem o líder do Estado Islâmico agora morto como um prisioneiro modelo, "cooperante", invulgarmente falador e que se esforçava para ser útil, tendo até fornecido indicações sobre como encontrar a sede secreta do grupo.
Foi mesmo Abu al-Qurashi que ajudou os norte-americanos a localizar e matar Abu Qaswarah, o líder número dois do grupo, numa operação na cidade iraquiana de Mossul. Desenhou mapas do complexo onde Abu Qaswarah estava escondido e revelou o nome do seu mensageiro pessoal.
Esta quinta-feira, os EUA anunciaram que Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi morreu durante um ataque das forças especiais, vítima de uma explosão provocada por ele próprio. Além da própria morte, o alvo terrorista matou também familiares, incluindo mulheres e crianças.