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"Foi uma séria e profunda derrota para a CDU", sentencia o politólogo Ulrich von Alemann, apontando o "desastre" para o partido conservador, que assumiu a perda de votos nos dois estados federados alemães que foram a votos no domingo.
Para o professor emérito da Universidade Técnica de Dresden, Werner Patzelt, pela primeira vez em muitos anos a CDU "tem de encarar a possibilidade de o próximo chanceler não ser do partido conservador".
Com a vitória de Malu Dreyer na Renânia-Palatinado, com o Partido Social Democrata da Alemanha a conseguir 35,7% dos votos, o SPD "ganha esperança para ser bem-sucedido novamente ao nível federal", considerou o politólogo Stefan Marschall.
Já com Winfried Kretschmann a ser reeleito com 32,6% dos votos em Bade-Vurtemberga, podem "mais uma vez, testar e mostrar as opções de coligação para as eleições de setembro", admitiu o professor de Ciências Políticas da Universidade de Dusseldorf.

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A CDU perdeu votos nos dois estados, menos 2,9% em Bade-Vurtemberga para 24,1%, e menos 4,1% na Renânia-Palatinado para 27,7%.
"As previsões de resultados para as eleições gerais de setembro são agora mais amplas que antes. A CDU/CSU continua a liderar as sondagens, mas está a perder peso", constatou Ulrich von Alemann.
"O líder da CDU, Armin Laschet, não consegue convencer. O caso que envolveu dois deputados parlamentares do partido na compra de máscaras de proteção prejudica a credibilidade. A gestão da crise provocada pelo coronavírus é deplorável", apontou o professor universitário e analista político.
Ainda assim, acrescentou, as hipóteses da CDU/CSU de chegar à chancelaria "superam a alternativa", principalmente porque o SPD ainda "atravessa conflitos", os liberais do FDP "têm problemas estruturais" e os Verdes "provavelmente não serão os mais fortes para liderar uma coligação".
Uma coligação "semáforo", com o Partido Social Democrata (SPD, vermelho), o Partido Liberal Democrata (FDP, amarelo), e os Verdes, tal como existe na Renânia-Palatinado, parece uma possibilidade cada vez maior para as eleições de setembro.
"Esta será a hipótese que os três partidos vão anunciar como a mais válida durante a campanha eleitoral, uma verdadeira alternativa que retire a CDU do governo", defendeu o politólogo Werner Patzelt.
As eleições para escolher um novo chanceler, depois de Angela Merkel ter ocupado o lugar durante 16 anos, estão marcadas para o dia 26 de setembro.