Desobstruir vias, resgatar vítimas e instalar estruturas de campanha. O que fazer após um sismo como o da Turquia?

Apesar de lamentar a falta de investimento do Governo, a Associação de Proteção Civil está disponível para ajudar no que for necessário após os sismos na Turquia.

Dois fortes sismos, um de 7.8 e outro de 7.5, e dezenas de réplicas atingiram, esta segunda-feira, a Turquia e a Síria, fazendo mais de 1500 mortos e milhares de feridos. Após uma catástrofe desta dimensão, qual é o primeiro passo para as equipas de busca e salvamento? Ouvido pela TSF, o presidente da Associação de Proteção Civil afirma que é necessário organizar as equipas de emergência. João Paulo Saraiva explica que as vias têm que estar desobstruídas para salvar e retirar as vítimas dos escombros.

"Proceder à desobstrução das vias rodoviárias para acesso de viaturas de socorro para a evacuação das vítimas e há à medida que as equipas de buscas e salvamento, constituídas por voluntários e por elementos das equipas de emergência, vão localizando as vítimas, elas são triadas. Em função da triagem, há também a necessidade de se instalar estruturas de campanha, postos médicos avançados, unidades de triagem, hospitais de campanha para reforçar a capacidade da assistência médica pré-hospitalar", refere, em declarações à TSF.

Para João Paulo Saraiva, a maior dificuldade das forças de socorro é conseguir capacidade de resposta quando estão numa luta contra o tempo.

"Com a falta de recursos humanos e técnicos, apesar da mobilização de voluntários e daí o apelo à ajuda internacional, neste momento a Turquia precisa de toda a ajuda que possa ser disponibilizada em termos de recursos humanos, técnicos, não só veículos de socorro ou meios aéreos, porque com os constrangimentos nos acessos rodoviários, essa evacuação torna-se mais difícil, mas também as tais estruturas de campanha, que normalmente são disponibilizadas para estas situações."

A Associação de Proteção Civil está disponível para ajudar no que for necessário, mas lamenta que, por falta de investimento do Governo no voluntariado na Proteção Civil, exista pouca margem para ajudar em catástrofes internacionais.

"Nós temos consciência da nossa pequena dimensão e esta pequena dimensão deve-se a dois aspetos: por um lado, à falta de aposta governamental no voluntário da Proteção Civil, à falta de investimento no voluntário de Proteção Civil, ainda assim temos alguns elementos especializados nestas valências, que são necessárias numa catástrofe desta magnitude. A Associação de Proteção Civil está mais preparada e vocacionada para a intervenção no nosso país, embora se for necessário e solicitado, participaremos também naquilo que nos seja possível", sublinha o presidente da Associação de Proteção Civil.

Um sismo de magnitude 7.8 na escala de Richter fez pelo menos 912 mortos na Turquia e 592 na Síria, além de milhares de feridos em ambos os países. O epicentro do abalo foi registado no sul da Turquia durante a madrugada.

Poucas horas depois, um novo abalo de magnitude 7.5 na escala de Richter atingiu o sudeste da Turquia, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos.

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