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O governo australiano reconheceu a extinção de mais 13 espécies endémicas de animais: 12 espécies de mamíferos e uma de répteis.
Entre as espécies extintas confirmadas cujo desaparecimento foi mais recente estão o morcego Pipistrellus da Ilha do Natal (cujo último espécime morreu em 2009) e o lagarto da floresta da Ilha do Natal (que já não existe desde 2014). Este último é a primeira espécie de répteis a desaparecer na Austrália desde a colonização europeia do território.
As outras espécies de mamíferos extintas são: o Bettongia anhydra e o Bettongia pusilla (semelhantes a cangurus-ratos), o Conilurus capricornensis (um rato-coelho), o Notomys robustus, o Perameles bougainville, o Perameles bougainville fasciata, o Perameles gunnii e o Perameles papillon (ratos de grande dimensões), o Notomys macrotis e o Pseudomys glaucus (roedores de características incomuns) e o Pteropus brunneus (uma raposa voadora).
Com esta atualização, verifica-se a extinção de mais de 10% dos 320 mamíferos terrestres que viviam na Austrália em 1788. Não há nenhum outro país com registo de tantas espécies de mamíferos extintas, nos últimos dois séculos.
Em declarações ao jornal The Guardian, John Woinarski, biólogo da Universidade de Chales Darwin que colaborou no apuramento da lista de espécies extintas, afirma que esta situação vem recordar-nos a todos de que a extinção é um "acontecimento provável", depois de uma espécie ser considerada em risco, caso não seja feito o suficiente para salvá-la.
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"É importante reconhecermos que estas perdas ocorreram e é um aviso de que, se não gerirmos as nossas espécies ameaçadas, a extinção será o resultado final", declarou.
De acordo com o especialista, as explicações mais plausíveis para o desaparecimento destas espécies são a predação, a destruição dos seus habitats e os incêndios.
No caso das duas espécies extintas mais recentemente, o lagarto da floresta e o morcego Pipistrellus da Ilha do Natal, John Woinarski afirma que o primeiro terá sido vítima da introdução acidental, na década de 1970, de um predador asiático, a cobra-lobo. Quanto ao morcego, não tem dúvida de que a extinção se deveu à falta de ação governamental para preservá-lo, uma vez que era claro que o número de animais estava a decair há duas décadas e nunca foi feito nada para tentar contrariar o fenómeno. "Esse deveríamos mesmo ter conseguido salvar!", desabafa.
Ao longo da História, mais de 100 espécies endémicas foram dadas como extintas pelas autoridades australianas, mas John Woinarski acredita que o número real será dez vezes superior.
O Ministério do Ambiente da Austrália comunicou que reviu a lista de espécies extintas para que esta reflita corretamente o estado dos mamíferos no país e forneça dados que permitam melhorar a gestão dos animais e plantas nativos. O Executivo fez ainda questão de sublinhar que, nos últimos anos, tem alocado largas verbas ao apoio de projetos de proteção de espécies ameaçadas e que está a preparar uma estratégia de anos para estes animais em risco.