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Estas imagens não a deixam dormir, confessa ter medo que esta guerra não acabe.
Foi no sábado que Galyna Hackmadzai decidiu deixar Kiev, diz que não aguentava mais e aceitou a ajuda de dois amigos que estão nas forças especiais da Ucrânia. "Eu hesitei, mas estava muito cansada e decidi sair. Eles ajudaram.-me a ir até à Polónia. A viagem foi muito complicada, sobretudos nas zonas que ficam a cerca de 50 quilómetros ao redor de Kiev. Fomos parados muitas vezes, à noite ficamos parados a ouvir as bombas muito perto de nós."
O testemunho de Galyna Hackmadzay que acaba de deixar Kiev e está na Polónia

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Depois de 20 horas de viagem de carro, conseguiu chegar à estação de comboios e depois viajou para a Polónia, para Varsóvia. As imagens desta viagem estão marcadas na memória e não a deixam dormir. "Em Kiev há guardas em todo o lado, não vi pessoas mortas ou edifícios destruídos. Mas no comboio vi muitas crianças sem família, sozinhas. O nosso comboio tinha mil pessoas e 80% eram crianças. Ainda tenho isso na memória, não consigo dormir bem, levanto-me, parece que estou sempre a ver aquilo. Os dez dias de guerra viraram a minha vida toda, não sei se vou ficar como antigamente... espero bem que sim."
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Galyna Hackmadzai deixou família na Ucrânia, deixou tudo para trás. "Tenho uma mala pequena, com roupa, duas calças e três t-shirts. Nada mais!" Conta que saiu de Kiev com uma arma na mão. "Estes dois amigos estavam a conduzir o carro para me levar e disseram para eu segurar a arma caso aparecesse alguma situação perigosa quando estávamos a caminho da estação. Mas a situação não está bem, não sei quando isto vai acabar... parece que nunca."
Galyna Hackmadzai espera viajar para Portugal, onde tem amigos.
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