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O índice Dow Jones Industrial Average fechou hoje acima dos trinta mil pontos pela primeira vez em Wall Street, ao valorizar 1,54%, para as 30.046,24 unidades, depois de em sessão ter atingido mesmo as 30.116,51.
Os analistas explicam esta subida com o entusiasmo dos investidores face ao início da transição política nos EUA e os desenvolvimentos positivos na frente sanitária.
Em março, no início da pandemia do coronavirus nos EUA, este índice, que junta ações de grandes empresas, como Apple e Boeing, caiu fortemente, chegando a evoluir abaixo dos 19 mil pontos, antes de voltar a subir.
"O mercado subiu de forma acentuada depois dos mínimos de março", observou Art Hogan, da National Holdings. "Isto mostra que encontrou uma forma de avançar".
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Na opinião deste analista, "há boas notícias a respeito das vacinas e a situação política nos EUA e as estatísticas económicas são estáveis".
Desde a investidura de Donald Trump, em 20 de janeiro de 2017, o Dow Jones, criado há cerca de 125 anos, e integrado por 30 títulos, valorizou mais de metade.
O presidente cessante, que se vangloriou frequentemente dos desempenhos bolsistas durante o seu mandato, felicitou-se hoje por este novo recorde.
"A bolsa (sic) ultrapassou os 30 mil pontos, o que nunca tinha sido feito", disse Trump, durante uma conferência de imprensa particularmente curta. "É um número sagrado. Ninguém pensava em vê-lo".
Os outros índices mais emblemáticos da praça bolsista também fecharam em alta, com o tecnológico Nasdaq a apreciar 1,31%, para os 12.036,79 pontos, e o alargado S&P500 ganhou 1,62%, para as 3.635,41 unidades, estabelecendo também ele outro máximo histórico.
A bolsa nova-iorquina já tinha terminado em alta na segunda-feira, com os investidores animados com mais um anúncio sobre uma vacina contra o coronavirus e entusiasmados com a informação que Janet Yellen vai ser nomeada secretária do Tesouro no governo de Joe Biden, com o Dow a ganhar 1,12%, o Nasdaq a progredir 0,22% e o S&P500 a subir 0,56%.
Se não foi ao ponto de reconhecer diretamente a vitória do candidato presidencial democrata Joe Biden, Donald Trump "recomendou" na segunda-feira à noite que a agência governamental encarregada da transferência de poder nos EUA faça "o que for necessário" em relação aos protocolos.
Na segunda-feira, o anúncio do laboratório britânico AstraZeneca sobre a eficácia da sua vacina contra o coronavirus, desenvolvida em associação com a Universidade de Oxford, tinha entusiasmado os investidores, até por se somar aos já feitos por Pfizer/BioNTech e Moderna nas semanas anteriores.
O ambiente bolsista é tal, que nem a forte descida da confiança dos consumidores em novembro, segundo o índice da Conference Board divulgado hoje, o afetou.
Entre os títulos do dia, o vendedor de material eletrónico Best Buy fechou a perder 6,96%, apesar de ter divulgado resultados trimestrais acima das expectativas.
O grupo não apresentou perspetivas financeiras devido às incertezas ligadas à pandemia.
A cadeia de distribuição de artigos de desporto Dick's Sporting Goods, valorizou 0,31% depois de ter apresentado resultado satisfatórios no terceiro trimestre. O grupo anunciou também o nome da sua nova presidente, Lauren Hobart, que vai substituir Edward Stack, chefe da empresa desde 1984, em fevereiro.
O conglomerado do setor agroalimentar McCormick subiu 1,93%, depois de anunciar a compra do fabricante de molhos picantes Cholula por 800 milhões de dólares (673 milhões de euros) em líquido.
Já a Tesla, que ganhou 6,43% e vai integrar o índice alargado S&P500 em dezembro, prosseguiu a sua ascensão, o que a colocou com uma capitalização bolsista superior a 500 mil milhões de dólares no fecho da sessão.
O seu dirigente, Elon Musk, tornou-se hoje o segundo homem mais rico do mundo, à frente de Bill Gates e a seguir a Jeff Bezos, segundo a lista dos multimilionários estabelecida pela Bloomberg.