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Embaixador da UNESCO entre 2018 e 2021 e professor visitante da Universidade de Brasília, António Sampaio da Nóvoa lamenta ver locais simbólicos a serem vandalizados e receia que os distúrbios se alastrem. "Esse receio é forte e Brasília é uma cidade absolutamente maravilhosa", afirma.
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O ex-presidente do Conselho de Reitores, que recebeu da Universidade de Brasília o título Honoris Causa, admite que esta cidade "foi talvez o sítio onde mais gostou de viver". Uma cidade desenhada de raiz por Lúcio Costa e com "monumentos extraordinários" do arquiteto Oscar Niemyer, que "tem de ser protegida".
Brasília, cidade onde Sampaio da Nóvoa "mais gostou de viver", precisa de ser protegida.
"O que vimos ontem é uma dor de alma, sentir aquele património a ser vandalizado", lamenta. No entanto, adianta que o que está em causa é "muito mais do que o património, é um ataque à democracia".
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O antigo candidato à Presidência da República admite que a sociedade brasileira está muito dividida, mas afirma que é urgente que a direita democrática se afaste do movimento de Bolsonaro e que Lula da Silva tenha um discurso agregador do povo brasileiro.
Sampaio da Nóvoa deixa um apelo a "dois movimentos" centrais.
"Tenho falado com amigos e há uma direita democrática, que são pessoas cultas, eu conheço muitas em Brasília, que se deixaram iludir por este movimento bolsonarista", afirma. "Estas pessoas têm de marcar a sua posição de forma claríssima e afastar-se deste movimento que está a causar um dano imenso ao Brasil, à América Latina e ao mundo", considera.
Para Sampaio da Nóvoa, é também necessário que Lula da Silva se afirme como "o Presidente de todos os brasileiros", que pode "reconstruir o Brasil da diversidade mas também da unidade".
Lula da Silva deve mostrar que é o "Presidente de todos os brasileiros".
"Só assim pode haver um movimento de mudança e de viragem democrática", sublinha. "É isso que todos os democratas do mundo esperam", conclui.