Em Cuba chegou o dia de protestos mas a censura não deixa saber o que se passa

Preparando-se para impedir as manifestações, desde sábado que o regime cubano aumentou a repressão na ilha e nas últimas horas a situação tem piorado.

O dia começou com a presença de milhares de militares e policias nas ruas, a internet foi cortada aos ativistas, jornalistas independentes e órgãos de comunicação social e há grupos de populares que tentam impedir as pessoas de saírem à rua. A jornalista independente Yoani Sanchez, no entanto, conseguiu furar o bloqueio.

Esta blogger, crítica do regime, conseguiu publicar a habitual crónica das manhãs, hoje totalmente dedicada aos protestos. Ela diz que este dia mostra que o medo mudou de lado. Já não é a população que tem medo agora é o regime que está em pânico. "Ao começar uma intensa campanha de ameaças, vigilância e detenções mostrou que tem medo de perder o poder."

Yoani Sanchez diz que este dia foi marcado há já algum tempo e são muitas as razões para protestar. A população quer manifestar-se pelos direitos humanos, pela libertação imediata dos prisioneiros políticos e pelo fim da censura. Ela diz que "são muitas as queixas presas nas gargantas dos cubanos e que agora começam a expressar-se de forma massiva."

A jornalista diz que nunca viu um dispositivo de segurança como aquele que hoje está nas ruas. Em Havana, por exemplo, são visíveis as tropas de choque vestidas à civil. Yoani Sanchez diz que os agentes são facilmente identificados pelas roupas que usam, pela forma de andar e pela maneira arrogante com que olham todos os que se atrevem a tirar um telemóvel do bolso. "Eles têm muito medo que se saiba o que está a acontecer," explicou Yoani Sanchez.

Na crónica que publica todas as manhãs na internet, "Cafecito Informativo", a blogger explica que os jovens estão muito mobilizados para o dia de hoje e, por isso, acredita que o regime vai acabar por cair. "É muito difícil que um regime de 62 anos, que está há tantas décadas no poder, caia apenas num dia. Hoje pode ser o princípio do fim, porque este regime de terror não se pode manter mais tempo," reforçou Yoani Sanchez.

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