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André Sousa é um português que está, desde 2020, a dar a volta ao mundo de moto. Nesta altura, está em Gazientepe, uma cidade no sudeste da Turquia, muito perto do epicentro do sismo desta segunda-feira. Ouvido pela TSF, André Sousa conta que acordou de madrugada com tudo a tremer.
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"Às 04h15 da manhã começou tudo a tremer. Eu como estou a dar a volta ao mundo é o terceiro sismo que apanho no caminho. Primeiro foi na Grécia, em 2020, o segundo foi na Guatemala, no ano passado de 7.2, e este 7.8 agora. Mas este foi uma dimensão que não tem nada a ver com os outros dois, foi mesmo muito muito forte e uma pessoa acorda com tudo a saltar para a cama e a cair para o chão", afirma, em declarações à TSF.
"Se podia esconder-me debaixo da cama ou da secretária, no meu quarto de hotel a cama não permite que entre por baixo e a secretária não tem espaço para se esconder. A minha única opção foi tentar sair do edifício o quanto antes. Saí de roupa interior, de boxers, de meias e de t-shirt, com uma temperatura de zero graus na rua", conta.
André Sousa, um português que está na Turquia, conta à TSF os momentos de pânico vividos durante o sismo
Com a rua coberta de neve e de escombros, André Sousa encontrou pânico e pedidos de ajuda a Deus. "Era tudo a empurrar-se uns aos outros, a sair para a rua, e como é um país islâmico gritavam 'Allahu Akbar', as pessoas em pânico, a pedir ajuda a Deus, o que torna o momento ainda mais pesado. Depois as pessoas juntaram-se na praça mais próxima, a eletricidade foi abaixo, ainda não há água, muitos edifícios ruíram completamente."
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O hotel onde André Sousa está hospedado escapou, mas está bastante danificado.
"Enquanto eu descia, todo o revestimento interno do meu hotel explodiu, começou a saltar por todo o lado, as paredes estalaram todas, o edifício ficou todo lesado com a magnitude deste sismo. Lá fora, nem nos podemos aproximar dos edifícios, porque caía tudo: os revestimentos, os azulejos, as pedras. Não dava para ver bem, porque não havia eletricidade, as pessoas todas aos gritos, a preocupação principal era chegar a uma zona em que não houvesse edifícios mais altos", acrescenta.
André Sousa conta ainda que tem havido muitas réplicas, por isso, vai passar quase todo o dia no hotel. Se sair, será apenas para tentar dar sangue.
Um sismo de magnitude 7.8 na escala de Richter fez pelo menos 912 mortos na Turquia e 592 na Síria, além de milhares de feridos em ambos os países. O epicentro do abalo foi registado no sul da Turquia durante a madrugada.
Poucas horas depois, um novo abalo de magnitude 7.5 na escala de Richter atingiu o sudeste da Turquia, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos.