Encontrada uma das caixas negras do avião que caiu na China com 132 pessoas a bordo

Até agora não foram encontrados sobreviventes do acidente.

Foi encontrada, esta quarta-feira, uma das caixas negras do avião que caiu na China com 132 pessoas a bordo, anunciou um porta-voz da autoridade de aviação, citado plea AFP.

"Uma caixa negra do voo da China Oriental MU5735 foi encontrado a 23 de março", disse Liu Lusong.

A caixa negra está, no entanto, gravemente danificada. As autoridades não conseguem identificar se é o gravador de dados de voo ou de voz da cabina.

Mao Yanfeng, diretor da divisão de investigação de acidentes da Autoridade de Aviação Civil da China, disse em conferência de imprensa que estão agora à procura da outra caixa negra.

A recuperação daqueles aparelhos é considerada chave para descobrir o que causou o acidente. A busca por pistas foi suspensa hoje, quando a chuva cobriu o campo de destroços.

As autoridades usaram veículos aéreos não tripulados ('drones'), ferramentas manuais e cães farejadores nas encostas densamente florestadas, em busca dos gravadores de voz da cabina e dados do voo.

Os investigadores dizem que é ainda muito cedo para especular sobre as causas do acidente. O avião entrou numa queda quase na vertical, uma hora após a partida.

Um controlador de tráfego aéreo tentou entrar em contacto com os pilotos várias vezes, depois de ver a altitude do avião cair drasticamente, mas não obteve resposta, disse Zhu Tao, diretor do Escritório de Segurança da Aviação da Autoridade de Aviação Civil da China.

A televisão estatal chinesa CCTV informou na terça-feira não terem sido encontrados, até agora, quaisquer sobreviventes do acidente do avião, que se despenhou na segunda-feira, numa área montanhosa no sul da China.

"Destroços do avião foram encontrados no local, mas, até agora, não foram encontrados sobreviventes", disse a CCTV, mais de 18 horas depois do acidente.

O Boeing 737-800 da companhia China Eastern Airlines, com 132 pessoas a bordo, caiu perto da cidade de Wuzhou, na região autónoma de Guangxi. O voo partiu da cidade de Kunming, na província de Yunnan, sudoeste da China, com destino final em Cantão, sul do país.

A explosão causada pelo embate foi registada em imagens de satélite da agência espacial norte-americana NASA.

O acidente criou um buraco na encosta da montanha, informou a agência de notícias oficial Xinhua, que citou a equipa de resgate.

A imprensa estatal informou que todos os modelos da Boeing 737-800 da frota da China Eastern estão parados, numa medida considerada incomum por especialistas em aviação, a menos que haja evidências de um problema com o modelo.

A China tem mais aviões 737-800 do que qualquer outro país, quase 1.200, e se o uso de aviões idênticos em outras companhias aéreas chinesas for interrompido, "poderia ter um impacto significativo nas viagens domésticas", disse o consultor de aviação IBA.

Estes aparelhos estão a ser utilizados desde 1998, tendo a Boeing vendido mais de 5.100 unidades.

Este modelo esteve envolvido em 22 acidentes, que danificaram os aviões de forma irreparável e causaram 612 mortos, de acordo com dados compilados pela Aviation Safety Network, um braço da Flight Safety Foundation.

"Existem milhares deles em todo o mundo. Certamente tem um excelente histórico de segurança", disse o presidente da fundação, Hassan Shahidi, sobre o 737-800.

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