Encontrada cápsula radioativa de oito milímetros perdida na Austrália

Como encontrar um objeto do tamanho de um feijão-frade numa estrada duas vezes maior do que a Nacional 2? As autoridades australianas conseguiram.

"Foi como encontrar uma agulha num palheiro", descreveram as autoridades australianas. Foi descoberta esta quarta-feira a cápsula minúscula, mas com níveis de radiação perigosos para a saúde humana, que tinha sido perdida durante o transporte, algures numa estrada no oeste da Austrália.

A cápsula prateada, com oito milímetros de altura e seis de diâmetro (sensivelmente do tamanho de um feijão-frade), contém uma substância radioativa chamada Césio-137 usada em operações de mineração.

As buscas estenderam-se ao longo de toda a estrada percorrida pelo camião para viajar de uma mina perto da remota cidade de Newman para os subúrbios a norte de Perth, uma distância de cerca de 1400 quilómetros. Como comparação, podemos imaginar um caminho equivalente a quase duas vezes a Nacional 2, a estrada que atravessa Portugal de um extremo ao outro, de Chaves a Faro, que tem 739 quilómetros.

As autoridades australianas atribuem o sucesso das buscas ao "trabalho de vários agentes face a probabilidades insuperáveis", escreve a BBC. A Agência de Segurança Nuclear da Austrália juntou-se às operações de busca na segunda-feira, com equipamento especializado para detetar radiação.

A cápsula acabou por ser encontrada na berma, a dois metros da estrada por um veículo que circulava a 70 quilómetros por hora quando detetou a radiação emitida pela capsula.

No dia 25 de janeiro os inspetores da Rio Tinto aperceberam-se que o recipiente onde se encontrava o invólucro com o material radioativo estava danificado e que a cápsula se tinha perdido durante a viagem de seis dias na autoestrada Great Norteher, de 10 a 16 de janeiro.

Esta segunda-feira a gigante mineira anglo-australiana Rio Tinto pediu desculpa por ter perdido a cápsula que representa perigo para a saúde humana.

A Césio-137 emite quantidades perigosas de radiação até cinco metros de distância, o equivalente a receber dez raio X numa hora. Tocar na cápsula com as mãos desprotegidas pode originar queimaduras na pele e a exposição prolongada pode causar cancro.

"Os australianos podem dormir melhor esta noite", destacou o ministro dos Serviços de Emergência da Austrália Ocidental, Stephen Dawson.

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