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A Alemanha autorizou o envio de carros de combate Leopard 2 de fabrico alemão para os militares ucranianos combaterem a invasão russa e aprovou os pedidos de outros países no mesmo sentido, de acordo com um porta-voz do executivo de Berlim.
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"Esta decisão segue a nossa linha conhecida de apoiar a Ucrânia da melhor maneira possível. Atuamos internacionalmente de maneira altamente coordenada", declarou o chanceler alemão, Olaf Scholz, citado pelo seu porta-voz, Steffen Hebestreit.
Para o major-general Arnaut Moreira, a decisão do governo alemão é resultado de muitas negociações.
"Certamente que durante estes dias, para além do fogo-de-artifício que se foi fazendo através de um conjunto de declarações, parece-me que tocaram muitos telefones e houve muitas reuniões à porta fechada, em ambientes mais reservados, que permitiram avançar para um tipo de solução que desbloqueasse este problema", aponta, em declarações à TSF. "E essa solução pode, inclusive, passar pelo fim da resistência americana, também, em contribuir com carros de combate M1 Abrams."
Arnaut Moreira fala em negociações foram complexas
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O investigador de geopolítica e geoestratégia diz que a decisão da Alemanha era natural, até porque o ocidente já enviou o que podia em termos militares.
"Nós também já não temos muitos outros materiais de menor capacidade tecnológica para fornecer. Nós, Ocidente alargado, já fomos fornecendo a Ucrânia material desde o início de 2020, e, portanto, a certa altura já não temos mais material disponível sem aumentarmos o patamar tecnológico. Foi isso que agora se fez."
Apesar de cada país não disponibilizar muitos tanques, "a soma das pequenas contribuições pode dar uma capacidade interessante às forças ucranianas", aponta o major-general Arnaut Moreira.
É natural que o Ocidente comece a enviar material tecnologicamente mais avançado para a Ucrânia
Outros países aliados da Ucrânia estão prontos a acompanhar esta decisão, incluindo Portugal. Arnaut Moreira estima que os países forneçam, cada um, cerca de 14 carros de combate Leopard 2 e avisa que vai ser preciso tempo até que estejam operacionais.
"É necessário tempo para treinar e fazer chegar estes carros de combate às operações, porque provavelmente alguns destes carros de combate que vão ser oferecidos pelos vários países não estão ainda em condições de serem entregues e começarem a operar."
Começar a operações no terreno com estes tanques vai "demorar o seu tempo"
Os treinos deverão ocorrer em bases militares no ocidente, aponta.
Notícia atualizada às 11h14