"Estamos a caminho de um país ingovernável." França novamente mobilizada em protestos

"O governo mostrou não querer ouvir os franceses", disse um manifestante à TSF.

Em Paris, os protestos decorrem no 13.º bairro, em Place d'Italie, onde vários milhares de pessoas, quatro mil segundo a Polícia, se encontram reunidas. Desde quinta-feira surgem manifestações espontâneas, convocadas pelas centrais sindicais. Os manifestantes apelam os deputados a votar a favor das moções de censura contra o governo francês, votadas esta segunda-feira, 20 de março, no parlamento.

Nos últimos três dias, os protestos contra o governo francês aumentaram. Os franceses saem às ruas para contestar a lei do sistema de pensões aprovada, na quinta-feira, pelo executivo de Emmanuel Macron, que usou a arma constitucional, o artigo 49.3. Razão pela qual o descontentamento não vai desaparecer, garantem manifestantes, como é o caso de Stéphanie.

"No início eram manifestações para alertar o governo de que não queríamos esta lei, mas com o uso do artigo 49.3 estamos zangados e não vamos sair da rua. Estamos ainda mais determinados", afirma.

"Esta semana, o governo mostrou não querer ouvir os franceses", defende outro manifestante. Yves promete que os protestos são para manter. "É importante multiplicar tanto quanto possível todos os protestos por todo o país. É importante deitar tudo cá para fora porque o descontentamento dos franceses é cada vez maior. Estamos a viver injustiças há vários anos e esta é a gota de água. É preciso que nos possamos exprimir de todas as formas. Estamos a caminho de um país ingovernável".

Nos últimos dias foram escritas mensagens em edifícios e registados estragos em escritórios de deputados do partido presidencial. No prédio onde se encontra o escritório da deputada macronista e antiga ministra, Brigitte Klinkert, pode-se ler "votaram contra nós, não vamos esquecer".

Desde que o artigo 49.3 da Constituição voltou a ser usado pela primeira-ministra Elisabeth Borne, as manifestações multiplicaram-se em todo o país em protestos calmos, mas que têm degenerado. Vários deputados já denunciam ameaças e degradações. Ontem à noite, em Nice, o escritório do líder do partido de direita Os Republicanos, Eric Ciotti, foi vandalizado.

Ataques dirigidos ao governo e à sua maioria... Maioria que teme cada vez mais a violência. Desde quinta-feira, a chefe da bancada parlamentar do partido de Emmanuel Macron, Aurore Bergé, exige "proteção para os deputados".

Este domingo as reações não param. "Nenhum ato violento é tolerado" defende o ministro da economia Bruno Le Maire. O líder da França Insubmissa defende que "se o governo não quer violência, tem de aceitar a democracia".

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