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Os serviços de inteligência dos EUA acreditam que o balão de espionagem abatido após ter atravessado o espaço aéreo do país nas últimas semanas faz parte de um vasto programa de espionagem chinês. A informação foi avançada por várias fontes oficiais norte-americanas que falaram sob anonimato ao Washington Post.
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Os responsáveis ouvidos pelo jornal norte-americano indicam que estes balões têm operado na costa sul da China e ajudaram a recolher informações sobre ativos militares de vários países, incluindo o Japão, Índia, Vietname, Taiwan e Filipinas. Contudo, as fontes norte-americanas garantem que os balões já foram detetados em cinco continentes.
Desde 2018 terão sido realizadas dezenas de missões com recurso a estes balões de espionagem.

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"O que os chineses fizeram foi pegar em tecnologia incrivelmente antiga e, basicamente, fundiram-na com modernas capacidades de comunicação e observação para tentar obter informações sobre as forças armadas de outras nações. É um esforço maciço", contou uma das fontes dos serviços de inteligência dos EUA ao mesmo jornal.
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Depois de abaterem o dispositivo chinês no sábado, os Estados Unidos já recuperaram os primeiros destroços, indicou John Kirby, vincando que não existe qualquer intenção de os devolver à China.
As equipas destacadas para o largo da costa da Carolina do Sul, no sudeste do país, "recuperaram alguns destroços que se encontravam à superfície do mar", disse Kirby à imprensa, acrescentando que as "condições meteorológicas" não tinham até agora permitido realizar operações submarinas para recuperação do resto do material.
Apesar de o Presidente Biden ter sido criticado pela oposição republicana por ter, segundo ela, demorado demasiado tempo a abater o engenho, o porta-voz assegurou que esse período de tempo deu aos norte-americanos "uma formidável oportunidade para melhor estudar e compreender" o balão, esperando que os seus detritos forneçam mais informações.
Garantiu ainda que os Estados Unidos tinham "tomado medidas para restringir as capacidades de recolha [de dados] a que o balão teria tido acesso sobre as instalações militares sensíveis" do país.