- Comentar
O Parlamento Europeu quer introduzir "condicionalidade democrática" nas discussões com a Turquia.
A medida vai esta segunda-feira a discussão plenária, numa altura em que as relações entre Bruxelas e Ancara estão "historicamente baixas", de acordo com um relatório aprovado na comissão de Negócios Estrangeiros.
O sentimento no Parlamento Europeu é que a a relação com Ancara atingiu o "ponto historicamente baixo", e que o governo turco não demonstra vontade política para fazer reformas para se aproximar do bloco.
Ouça a reportagem da TSF.
A conclusão consta do referido relatório aprovado há menos de uma semana, na comissão de negócios estrangeiros, em que se defende que o processo de candidatura da Turquia à União Europeia deve ser formalmente suspenso.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
O debate desta segunda-feira contará com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel que na mais recente visita a Ancara protagonizaram o episódio insólito, que deixou a líder da instituição guardiã dos Tratados da União Europeia menosprezada, na coreografia protocolar do encontro.
Os dois presidentes vão ao Parlamento Europeu, informar que o Conselho pretende lançar uma "agenda positiva" e de reconstrução da relação com a Turquia, depois de meses de tensão, em que a Europa acenou com sanções a pessoas ligadas ao poder.
É verdade que o pedido de desculpas do presidente do Conselho Europeu à presidente da Comissão, parece ter arrefecido a polémica em torno do episódio do sofá, mas o debate plenário acontece numa semana crítica, na geopolítica com epicentro em Ancara. Em cima da mesa estão vários tópicos, que deverão influenciar o andamento do debate plenário.
A Grécia e a Turquia lançaram recentemente um diálogo exploratório, tendo vista à resolução das tensões no mediterrâneo oriental. Atenas quer discutir pescas. Mas, Ancara quer falar da desmilitarização das ilhas Gregas.
Nada satisfeito, o presidente turco é contra o envolvimento da União Europeia, num assunto que considera bilateral. Mas, o governo grego quer levar o assunto ao mais alto nível na União Europeia.
Os vários dossiers ameaçam contagiar o debate da próxima cimeira da Nato, que terá lugar em junho, em Bruxelas, e que contará com a presença do presidente norte-americano, Joe Biden. Para já, no fim de semana, este acrescentou um assunto para o debate: nos Estados Unidos, pela primeira vez, um presidente reconheceu o genocídio Arménio.
Esta semana, em Genebra, são retomadas as discussões para a reunificação de Chipre.