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O Exército ucraniano denunciou esta quarta-feira que os russos bombardearam uma escola com fósforo branco, uma matéria proibida, em Avdiivka, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, que se incendiou e ficou completamente destruída.
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A denúncia foi feita pelo chefe da Administração Militar Regional de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, na rede social do Telegram, segundo a agência de notícias local Ukrinform.
As bombas de fósforo branco produzem um incêndio que não pode ser extinto com água e os seus componentes aderem à pele das vítimas, podendo queimar até aos ossos. O seu uso contra pessoas está proibido desde 1997 pela Convenção de Genebra.
"Os russos destruíram mais uma instituição educacional na região de Donetsk, a escola nº 1 com sede em Avdiivka", disse Kyrylenko.
"Na noite de terça-feira, as tropas russas bombardearam a escola com munição proibida de fósforo branco. A escola foi completamente incendiada. Felizmente, não houve vítimas: havia apenas pessoal de serviço dentro do prédio e estes conseguiram escapar", acrescentou o militar.
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De acordo com Kyrylenko, mais de 200 crianças frequentavam a escola número 1 em Avdiivka antes do início da invasão russa e, agora, foi totalmente destruída.
"Muitas vezes [esta escola] foi frequentada por convidados de todo o país e do estrangeiro. Agora, tudo está em ruínas. Não havia soldados ou equipamento militar na escola. Como de costume, os russos estão a destruir deliberadamente a infraestrutura civil", acrescentou Kyrylenko.
O chefe militar regional explicou que desde 24 de fevereiro, início da invasão russa, as tropas da Rússia danificaram ou destruíram 416 estabelecimentos educacionais na região de Donetsk.
"Vamos reconstruir tudo. E os russos pagarão um preço alto", enfatizou Kyrylenko.
Esta não é a primeira vez que as autoridades ucranianas acusam os russos de usar fósforo branco para atacar as suas cidades, nomeadamente, já teriam usado este químico este mês em Mariupol.
A guerra na Ucrânia, que hoje entrou no 84.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas das suas casas - cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,1 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também as Nações Unidas disseram que cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.