Fogem do frio e dos confinamentos. Estes estrangeiros escolheram Portugal para passar a pandemia

Com as medidas de combate à Covid-19 a apertar em toda a Europa, há estrangeiros a mudarem-se para Portugal para escaparem ao confinamento nos países de origem. Vêm atrás do bom tempo e da possibilidade de conhecerem novas cidades, enquanto trabalham à distância.

Sabine e Rafael chegaram de Berlim há pouco mais de um mês. Têm ficado na Costa de Caparica mas vão a Lisboa com regularidade para passear ou trabalhar a partir de cafés. "Somos nómadas digitais, como se diz agora."

A alemã Sabine Spethling é jornalista de viagens, por isso pode trabalhar a partir de qualquer lugar: "Desde que tenha o meu computador." O namorado, Rafael da Cruz, é filho de portugueses mas vive na Alemanha desde os dois anos. Trabalha como DJ e escreve para uma revista de música.

Quando a pandemia apertou, decidiram subalugar o apartamento em Berlim e mudaram-se para Portugal. "Tínhamos a hipótese de passar um inverno escuro em Berlim, com uma pandemia, ou então vir para Lisboa e para a Costa de Caparica ao pé do mar e aproveitar a natureza", conta Sabine.

A escolha foi fácil, garantem. Quiseram escapar ao inverno e às regras apertadas que a Covid impôs na Alemanha.

"Todos os restaurantes estão fechados, as pessoas estão a trabalhar a partir de casa. Basicamente estão em casa 24 sob 24 horas", explica.

Em Portugal, fizeram surf pela primeira vez. "Foi muito giro." O dia-a-dia é passado a trabalhar em casa, mas também a partir de espaços de coworking ou em cafés, "algo que não podíamos fazer em Berlim".

Para Rafael da Cruz a pandemia criou a oportunidade para viver uns tempos em Portugal e quem sabe por cá continuar. Para já esperam ficar até março ou abril e depois decidir. "Ou vamos prolongar mais um pouco ou mudar fixos para aqui", conta Rafael.

O belga Auguste Van Nieuwenhuyzen também chegou em outubro. É programador e sempre quis viver no estrangeiro. A pandemia acabou por ser uma oportunidade. Escolheu Lisboa à sorte, depois ver alguns vídeos. "Tinha um ambiente vivo, pareceu-me uma cidade interessante".

A mudança foi também uma forma de escapar às medidas restritivas na Bélgica, onde bares e restaurantes estão fechados. "Apesar de as pessoas poderem sair de casa, não há grande coisa para fazer fora de casa. Então vai dar ao mesmo", explica.

Sair da Bélgica acabou por permitir outras descobertas. "Percebi que não sou uma pessoa de cidade. Estou mesmo a precisar de natureza por isso vou para o Norte para poder visitar parques, acampar e ver como é", conta.

Está hospedado num hotel na rua Augusta, em Lisboa, que permite agora estadias de longa duração, mas em breve segue viagem até ao Norte do país para ir buscar um cachorro em Salto, Vila Real. Auguste até já escolheu o nome para o cão: "Vou chamá-lo Porto."

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