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A Coreia do Norte disparou esta quarta-feira pelo menos dez mísseis de vários tipos, incluindo um que caiu "pela primeira vez perto das águas territoriais sul-coreanas", disseram as forças armadas da Coreia do Sul.
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"Este lançamento de mísseis norte-coreanos é muito invulgar e inaceitável, pois caiu pela primeira vez perto das águas territoriais sul-coreanas, a sul da linha de fronteira do Norte", desde que a península foi dividida, disse o diretor de operações do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, Kang Shin-chul, aos jornalistas.
Num raro alerta de ataque aéreo, transmitido pela televisão estatal, as autoridades sul-coreanas pediram aos residentes da ilha de Ulleung, ao largo da costa oriental, para se protegerem em abrigos subterrâneos, depois de a Coreia do Norte ter disparado três mísseis balísticos de curto alcance.
O Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, convocou uma reunião do Conselho de Segurança para discutir estes disparos, considerados por analistas como dos mais "agressivos e ameaçadores" em vários anos.
O Japão também confirmou o lançamento de mísseis balísticos norte-coreanos, com a guarda costeira a avisar os navios para terem cuidado.
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O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse aos jornalistas que queria "realizar uma reunião de segurança a nível nacional o mais rapidamente possível", devido ao "aumento das tensões na península coreana".
Seul e Washington estão atualmente a realizar o maior exercício aéreo conjunto de sempre, apelidado "Tempestade Vigilante", envolvendo centenas de aviões de guerra de ambos os exércitos.
O marechal da Coreia do Norte e secretário do Partido dos Trabalhadores (no poder), Pak Jong Chon, disse que os exercícios são agressivos, de acordo com a imprensa oficial norte-coreana.
"Se os Estados Unidos e a Coreia do Sul tentarem utilizar as forças armadas contra a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte], sem medo, os meios especiais das forças armadas da RPDC desempenharão a sua missão estratégica sem demora", disse Pak, de acordo com a agência oficial de notícias norte-coreana KCNA.
"Os EUA e a Coreia do Sul terão de enfrentar um caso terrível e pagar o preço mais horrível da história", acrescentou Pak.
Um dos mísseis caiu em alto-mar a apenas 57 quilómetros (35 milhas) a leste do continente sul-coreano, disse o exército sul-coreano.
Na sexta-feira passada, os militares sul-coreanos disseram que Pyongyang disparou dois mísseis balísticos de curto alcance.
As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.