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O fundador do regimento Azov da Ucrânia, Andrei Biletsky, acusou esta terça-feira as tropas russas de usarem substâncias químicas em Mariupol, causando três feridos.
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Numa mensagem na plataforma Telegram, Biletsky alegou que a Rússia utilizou uma substância venenosa de origem desconhecida, que foi largada por um drone (aparelho aéreo não tripulado) na fábrica Azovstal em Mariupol e feriu três pessoas.
Antes, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tinha indicado, no site oficial da Presidência, que um porta-voz russo declarou que podiam ser utilizadas armas químicas contra Mariupol.

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Zelensky lembrou que "a utilização de armas químicas pelo exército russo já foi discutida com os líderes mundiais" e considerou que "este momento significa que é necessário reagir à agressão russa de forma muito mais forte e rápida".
O líder ucraniano afirmou também que a UE começou a discutir um sexto pacote de sanções contra a Rússia.
"É tempo de fazer este pacote de tal forma que nem uma palavra sobre armas de destruição maciça seja mais ouvida do lado russo. Um embargo petrolífero contra a Rússia é um imperativo", sublinhou.
Uma das primeiras reações internacionais foi a da ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Elizabeth Truss, que garantiu, numa mensagem na rede social Twitter, que o Reino Unido está a investigar o que aconteceu.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.842 civis, incluindo 148 crianças, e feriu 2.493, entre os quais 233 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.