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O grupo dos países mais industrializados (G7) acusou esta quarta-feira Moscovo de "pôr em perigo" a região ucraniana em torno da central nuclear de Zaporijia, ocupada por forças russas, e exigiu que as tropas deixem a infraestrutura.
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"Exigimos que a Rússia devolva imediatamente ao seu legítimo proprietário, a Ucrânia, o controlo total da central nuclear de Zaporijia", refere o G7 num comunicado emitido pela Alemanha, que detém atualmente a presidência do grupo.
"É o controlo da Rússia sobre a central que coloca a região em risco", acusou o G7, sublinhando que "o pessoal ucraniano que opera a central nuclear de Zaporijia deve poder desempenhar as suas funções sem ser ameaçado ou pressionado".

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O G7 - composto pelos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Japão, Alemanha, França e Itália - fez este apelo num momento em que aumentam as tensões e preocupações sobre a maior central nuclear da Europa.
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O grupo das sete potências mostrou-se "profundamente preocupado com a grave ameaça" que os militares russos representam para a "segurança" das instalações nucleares da Ucrânia.
A ocupação destas infraestruturas pelas tropas de Moscovo "aumenta significativamente o risco de um acidente nuclear ou incidente" e "põe em perigo a população da Ucrânia, dos Estados vizinhos e da comunidade internacional", lê-se no comunicado.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro, as centrais nucleares do país, infraestruturas determinantes e por isso visadas pelo exército russo, têm sido uma das grandes preocupações em termos de segurança europeia.
A central nuclear de Zaporijia, no sudeste na Ucrânia, tem motivado acusações mútuas entre Moscovo e Kiev, cada um afirmando que o lado opositor bombardeou as instalações nucleares na semana passada, sem que nenhuma fonte independente pudesse confirmar.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, levantou o espetro de um desastre nuclear como aconteceu em Chernobyl em 1986.
Na terça-feira à noite, o operador ucraniano, Energoatom, alegou que as forças russas estavam a preparar a ligação da central à Crimeia, uma península ucraniana anexada por Moscovo em 2014, e estavam a danificá-la ao realizar esta reorientação da produção de eletricidade.