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Pela segunda vez na legislatura, o governo de Pedro Sánchez enfrenta esta terça-feira uma moção de censura promovida pelo Vox. Uma vez mais, a iniciativa está condenada ao fracasso, já que só os 52 deputados do partido de extrema-direita vão votar a favor.
Com o resultado mais que anunciado a atenção centra-se no candidato apresentado pelo Vox: Ramón Tamames, ex-líder comunista, fundador do Esquerda Unida e que esta terça-feira vai defender a moção de censura em nome do partido de extrema-direita.
"Estou confortável com esta moção de censura na qual sou apresentado por 52 deputados do Vox porque coincidimos no essencial politicamente: na defesa da unidade de Espanha, na defesa da monarquia parlamentar e depois na questão da bandeira nacional que comecei a apreciar quando estava no partido comunista de Espanha."
Governo de Sánchez enfrenta nova moção de censura
No seu discurso, citado pelo jornal El Diario.es, Tamames critica as alianças do PSOE com o Podemos e os partidos independentistas bascos e catalães e pede a convocatória de eleições antecipadas para maio, mês em que se celebram eleições municipais e autonómicas.
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O partido popular já anunciou que se vai abster. O líder dos populares, Alberto Nuñez Feijóo, criticou o Vox por dar a Sánchez a possibilidade de obter mais uma vitória no Congresso.
"Nós não vamos apoiar essa moção de censura, dissemo-lo desde o início e não lhe vamos dar um triunfo a um primeiro-ministro que neste momento está derrotado na opinião pública."
Já o Governo vai aproveitar a oportunidade para enfatizar as medidas sociais tomadas até aqui e voltar a ligar o PP à extrema-direita a poucos meses das eleições. Isabel Rodríguez, porta-voz do Executivo, defende que a abstenção do PP é a prova das alianças que fará com o Vox nas comunidades autónomas e municípios onde não consiga maioria suficiente.
"O que vai fazer o Feijóo com a abstenção à moção de censura do Vox é ligar, atar o seu futuro político à extrema-direita. Isto é realmente revelador, principalmente vindo de alguém que dizia que vinha a ser uma direita moderada."
A jornada desta terça-feira será dedicada à exposição do texto da moção e à réplica de todos os grupos parlamentares. Na quarta-feira o Congresso procede à votação.