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Está em marcha, em Israel, a greve geral anunciada pelo líder da central sindical israelita Histadrut contra a reforma judicial anunciada pelo Governo.
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"Convoco uma greve geral (...) assim que esta conferência de imprensa terminar. O Estado de Israel está a parar", anunciou Arnon Arnon Bar-David, que dirige o maior sindicato de trabalhadores de Israel. E assim está a ser.
Nos hospitais do país, os médicos recusam prestar assistência a casos que não de emergência e do principal aeroporto do país, o Ben Gurion, em Telavive, nenhum avião levanta voo.
Os advogados também já pararam de trabalhar, há estradas e avenidas cortadas em todo o país e até a McDonald's decidiu juntar-se à paralisação, encerrando os restaurantes que detém.
Ao final desta manhã, também os dois maiores portos do país - o de Haifa e o de Ashdod - pararam, adianta a Reuters.
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Estava prevista para esta segunda-feira uma comunicação do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, ao país, mas foi adiada para hora a definir. Esperava-se que dissesse ao país que, afinal, a reforma não avança, mas há rumores na imprensa local de que os parceiros da extrema-direita ameaçam deixar cair o Governo se Netanyahu der um passo atrás.
Na última noite, o primeiro-ministro Netanyahu demitiu o ministro da Defesa, depois de Yoav Gallant ter também pedido publicamente o fim da reforma judicial, assumindo-se como a primeira voz crítica no Governo.
A decisão levou desde logo mais de 800 mil pessoas às ruas israelitas numa série de protestos espontâneos - um deles rodeou a casa de Netanyahu - e levou ao encerramento de universidades "até nova ordem".
Esta reforma judicial está a provocar uma crise interna em Israel e o Presidente do país já pediu ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que atue "com responsabilidade e coragem" para pôr fim "de imediato" ao processo legislativo polémico.
Em causa está uma revisão da lei que dará à coligação governamental a última palavra sobre todas as nomeações judiciais, sendo que outras leis podem ainda dar ao parlamento a possibilidade de anular decisões do Supremo Tribunal e limitar a revisão judicial das leis.
Netanyahu e aliados alegam que o plano restabelece o equilíbrio entre os ramos judicial e executivo e controla o que consideram ser um tribunal intervencionista com simpatias liberais.
Os opositores avisam que as leis vão eliminar o sistema de controlos e equilíbrios de Israel e concentrar o poder nas mãos da coligação governamental, acrescentando que Netanyahu, a ser julgado por acusações de corrupção, tem um conflito de interesses.