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O secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou os novos terramotos que sacudiram esta segunda-feira o sudeste da Turquia e a Síria, garantindo que as equipas humanitárias estão no local "a avaliar a situação" e preparadas para "fornecer ajuda adicional".
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O serviço de emergência nacional turco (Afad) localizou o epicentro do terremoto mais forte, de magnitude 6,4, no distrito de Defne, a sul da cidade de Antaquia, e registou uma segunda réplica, de magnitude 5,8, com epicentro em Samandag.
Numa mensagem na rede social Twitter, António Guterres sublinhou que os seus pensamentos continuam com o povo da Turquia e Síria, enquanto "enfrentam o impacto de novos terremotos".
"As equipas das Nações Unidas no local estão a avaliar a situação e estamos prontos para fornecer ajuda adicional conforme necessário", sublinhou o diplomata português.
O abalo mais forte do sismo desta segunda-feira foi sentido na Síria, Jordânia, Chipre, Israel e até no Egito.
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O alerta inicial de tsunami, devido à proximidade do epicentro à costa mediterrânica, foi cancelado pouco depois dos abalos pelas autoridades turcas.
Refik Eryilmaz, autarca de Samandag, a cidade costeira próxima onde ocorreu o segundo terremoto desta segunda-feira, referiu à estação NTV que vários prédios desabaram e não se sabia se tinha pessoas dentro.
A mesma fonte acrescentou que alguns moradores tenham-se refugiado do frio intenso nos restos de edifícios danificados pelos terramotos de há duas semanas, e pediu desesperadamente o envio de tendas para alojar a população.
De acordo com jornalistas da agência France-Presse (AFP), o abalo foi sentido com muita violência em Antaquia e Adana e provocou o pânico entre a população já fortemente atingida pela recente tragédia, levantando ainda grandes nuvens de poeira na cidade em ruínas.
Ahmet Ovgun Ercan, prestigiado geofísico da Universidade Técnica de Istambul, assegurou à estação HalkTV que este terremoto, que estimou de 17 segundos de duração, é um fenómeno normal e antecipou que alguns edifícios já danificados terão desabado.
Desde o terramoto de 6 de fevereiro, praticamente nenhum dos edifícios de Antaquia está habitável, mas há equipas de trabalho de remoção de entulho que podem ter ficado retidas devido a desabamentos.
Além disso, muitos sobreviventes têm o hábito de se reunir em torno de fogueiras em frente a edifícios desmoronados para ajudar na identificação de corpos e podem estar em risco se um edifício sobrevivente vizinho tiver desabado.
"Foi terrível, janelas partidas caíram sobre nós. Todos deixaram as lojas em pânico. Com a escuridão ainda não dá para ver o que aconteceu", realçou Ugur Sahin, repórter do jornal BirGün, à Efe por telefone.
Mais de 44.000 pessoas morreram na Turquia e na Síria na sequência de fortes abalos sísmicos no dia 06: ao terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter - com epicentro em território turco -- seguiram-se várias réplicas, uma das quais de magnitude 7,5.
Na sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aumentou para 84,5 milhões de dólares (79 milhões de euros) o pedido internacional de ajuda financeira destinado às vítimas destes sismos.
Segundo o Afad, mais de 6.000 tremores secundários foram registados desde os terremotos que devastaram o sul da Turquia e a Síria.