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Mais de mil milhões de doses já foram dadas à população mundial. O organismo gerido pela Organização Mundial de Saúde e pela UNICEF distribuiu 45 milhões em 120 países e territórios. A Covax esperava ter alcançado um número muito superior mas o açambarcamento de vacinas tem prejudicado o trabalho.
O objetivo era acabar este ano com dois mil milhões de doses entregues mas Tarik Jasarevic, porta-voz da Covax, ouvido pela TSF admite que vai ser difícil. "Obviamente que os 45 milhões é um valor pequeno quando comparado com o valor total de vacinas que foram dadas em todo o mundo. Até hoje foram administradas mais de mil milhões de vacinas e 76% em apenas 10 países, todos países desenvolvidos. É aqui que vemos a importância da Covax que permite aos participantes começarem a campanha de vacinação dos grupos prioritários."
Catorze países ainda não receberam qualquer vacina contra a Covid-19
Apesar das dificuldades o porta-voz da Covax diz que os apelos têm dado algum resultado. "Estamos a ver sinais positivos. Alguns países indicaram que estão disponíveis para partilhar as doses. Países como a França, os Estados Unidos e outros. À medida que vão avançando com a campanha de vacinação vão sobrando doses e estão dispostos a doá-las. O que acontece é que esses países chegaram a acordo com os fabricantes e compraram bastante mais vacinas do que precisavam."
Tarik Jasarevic considera que é preciso fazer mais. A pandemia não pode ser combatida país a país. A imunidade de grupo de uma população não vale de nada se à volta, noutros países, o vírus estiver fora de controlo. Se isso acontecer o vírus vai mudar e surgem novas mutações que podem atingir pessoas que já foram protegidas com as vacinas fabricadas contra as variantes originais.
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Neste momento há ainda 14 países que não tiveram acesso às vacinas. Estados como Madagáscar, Burkina Faso, Chade e Republica Centro Africana não receberam qualquer dose. Há diversas razões para isso como o facto de não estarem preparados já que a Covax pede que seja apresentado um plano claro da forma como querem chegar aos grupos mais vulneráveis e alguns países optaram por não se juntar a este organismo. Houve também países que não conseguiram comprar aos fabricantes.
Entre os países ricos só um optou por confiar nesta entidade. A Coreia do Sul fez o que estava previsto, está a receber as doses apenas do organismo gerido pela OMS e UNICEF. Isto apesar dos atrasos na distribuição estarem a colocar o governo de Seul debaixo de uma grande pressão.