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Um minuto e quarenta e nove segundos: foi este o tempo que Jerónimo de Sousa dedicou esta quinta-feira ao tema das operações militares russas na Ucrânia, lembrando a posição do partido sobre "política de tensão" dos EUA e da NATO contra a Federação Russa, mas também visando declarações de Putin, acusando-o de "ataque" à herança da União Soviética.
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De facto, não fosse um militante comunista a ler um artigo do Avante sobre "quem ameaça a paz e a segurança" e parecia que nada tinha acontecido no leste da Europa nas últimas horas. Afinal, a sessão era subordinada ao tema do aumento do custo de vida e à descida do poder de compra.
Ouça a reportagem da TSF.
Depois de 45 minutos de testemunhos sobre situação dos salários e do custo de vida, o secretário-geral comunista encarou o elefante na sala. "Expresso a profunda preocupação do PCP pelos graves desenvolvimentos na situação do leste da Europa envolvendo operações militares da Rússia na Ucrânia", começou Jerónimo de Sousa para logo apontar aos Estados Unidos.
"É conhecida a nossa posição sobre a atual situação naquela parte da Europa, inseparável de décadas de política de tensão e crescente confrontação dos EUA e da NATO contra a Federação Russa em que se insere o golpe de Estado na Ucrânia em 2014", notou o secretário-geral do PCP.
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O twist veio a seguir: "O PCP sublinha, ao mesmo tempo, as declarações de Putin que, refletindo a posição da Rússia como país capitalista, desferem um ataque à União Soviética e à notável solução que esta encontrou para a questão das nacionalidades dos povos e suas culturas".
Já sobre a ação da Rússia, que decidiu entrar com uma operação militar em território ucraniano, nem mais uma palavra. Apenas o sublinhado de que "neste momento é imperiosa e urgente a necessidade de encontrar soluções de diálogo e negociação que ponham fim ao conflito, garantam a paz e segurança naquela parte da Europa, é isso que se impõe de imediato e se apela".
"A situação atual comporta perigos e consequências e não pode ser pretexto para novos aproveitamentos para o reforço da militarização da Europa, nem tampouco servir de pretexto para novos agravamentos das condições de vida dos povos", conclui Jerónimo de Sousa para, de seguida, se dedicar aos salários e condições de vida dos trabalhadores.
No entanto, abordado à saída da sessão pela TSFtrong> para saber se não queria aprofundar a posição sobre os acontecimentos na Ucrânia, o líder comunista rejeitou, pedindo desculpa e alegando que teria de sair.
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