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A Johnson & Johnson vai adiar as entregas da vacina na Europa, avança a AFP. Um atraso que se conhece depois de a FDA, que regula os medicamentos norte-americanos, ter pedido esta terça-feira a suspensão imediata da toma da vacina nos EUA.
"Tomámos a decisão de adiar proativamente a implantação da nossa vacina na Europa", explicou a Johnson & Johnson, acrescentando que está a analisar os casos de coágulos sanguíneos com as autoridades sanitárias europeias.
Portugal era um dos países que iria receber, esta semana, doses da vacina da Johnson & Johnson, como referiu a ministra da Saúde, Marta Temido, depois da reunião com o Infarmed.
O Centro para Controlo e Prevenção de Doenças e a Food and Drug Administration (FDA) avançaram, numa declaração conjunta, estar a investigar coágulos sanguíneos detetados em seis mulheres nos dias a seguir a terem tomado a vacina desta farmacêutica, em combinação com contagens de plaquetas reduzidas.

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O Comité Consultivo sobre Práticas de Imunização do CDC vai reunir-se na quarta-feira para discutir os casos e o FDA também lançou uma investigação.
"Até à conclusão do processo, recomendamos que seja feita, por prevenção, uma pausa no uso desta vacina", defendeu a diretora-adjunta do CDC, Anne Schuchat, e o diretor do centro do FDA para Avaliação e Pesquisa Biológica, Peter Marks, em comunicado conjunto divulgado esta terça-feira.
Mais de 6,8 milhões de doses da vacina Johnson & Johnson foram já administradas nos Estados Unidos. A Comissão Europeia acordou a compra de 200 milhões de doses este ano, com opção de compra de mais 200 milhões de doses.
No sábado passado, a FDA garantiu que não tinha sido estabelecida qualquer relação de causalidade entre a formação de coágulos sanguíneos e a vacina da Johnson&Johnson.
"A FDA está ao corrente de informações nos Estados Unidos sobre eventos tromboembólicos graves, associados a um baixo nível de plaquetas no sangue, que ocorreram em algumas pessoas depois de receberem a vacina contra a Covid-19 da Janssen", afirmou o regulador norte-americano em comunicado.

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Também a Agência Europeia do Medicamento (EMA) indicou na sexta-feira que estava a investigar ligações entre esta vacina e casos de coágulos sanguíneos.
"Um caso ocorreu durante um ensaio clínico e três casos surgiram no quadro da vacinação nos Estados Unidos. Um deles foi fatal", acrescentou a EMA.
A vacina da Johnson & Johnson foi autorizada no final de fevereiro, após as da Pfizer/BioNTech e da Moderna. O regulador europeu aprovou também a vacina Johnson & Johnson e o início da administração nos países da União Europeia estava previsto para este mês.
Esta vacina distingue-se das restantes aprovadas pelo regulador europeu por ser de toma única e poder ser armazenada durante três meses num frigorífico comum.
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