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O ator norte-americano Kevin Spacey terá que pagar quase 31 milhões de dólares (30,3 milhões de euros) à produtora da série "House of Cards", da qual foi despedido após acusações de crimes sexuais.
Na quinta-feira, o juiz Mel Red Recana, do tribunal de recurso de Los Angeles, deu razão à produtora MRC, confirmando que Spacey deve pagar danos e custos de litígio, considerando que o alegado comportamento do ator de 62 anos violou os termos do contrato de trabalho.
Os advogados de Spacey tinham pedido a rejeição das conclusões de uma mediação de 2020, alegando que o responsável pela mesma tinha excedido as suas competências ao aceitar certas provas, pedido indeferido por Recana.
A mediação determinou que o ator deveria compensar as perdas e custos relacionados com as mudanças na sexta temporada de "House of Cards", uma série da plataforma Netflix sobre intrigas políticas em Washington.
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Em 2017, Spacey foi visado em vários casos de agressão sexual e comportamento inapropriado em 2017, numa polémica que desencadeou denúncias com outras figuras do entretenimento e esteve na origem do movimento #MeToo.
Até então uma figura respeitada do cinema norte-americano e do teatro britânico, o ator acabou despedido da "House of Cards", onde interpretava o político sem escrúpulos Frank Underwood, e retirado do filme "Todo o dinheiro do mundo", de Ridley Scott, com todas as cenas onde entrou a serem regravadas por Christopher Plummer.
O vencedor de dois Óscares enfrenta também acusações no Reino Unido de cinco crimes sexuais cometidos sobre três homens, entre os 30 e os 40 anos, entre 2005 e 2013.
Em 14 de julho, Spacey declarou-se inocente das acusações, num tribunal em Londres, num processo cujo julgamento foi marcado para 06 de junho de 2023.
O ator tinha sido formalmente acusado a 13 de junho e ficou em liberdade, porque a Justiça considerou não haver risco de fuga, uma vez que colaborou com a polícia e na investigação.
A polícia de Londres tinha aberto uma investigação após receber queixas de agressões sexuais contra Spacey, algumas das quais alegadamente cometidas na zona de Lambeth, onde se situa o teatro Old Vic, do qual foi diretor artístico entre 2004 e 2015.
Nos Estados Unidos, o ator foi acusado de atentado ao pudor e agressão sexual no estado de Massachusetts.
Spacey foi acusado de ter, em julho de 2016, tocado nos genitais de um jovem de 18 anos, empregado de um bar, depois de o ter obrigado a beber bebidas alcoólicas.
As acusações foram retiradas em julho de 2019.
O ator voltou ao cinema no filme italiano "L'uomo che disegnò Dio", do ator e realizador Franco Nero, filmado em 2021, mas ainda não estreou nos cinemas.