- Comentar
O Governo ucraniano defendeu esta terça-feira que a Ucrânia e o Ocidente conseguiram evitar uma nova escalada russa, numa reação ao anúncio da Rússia de retirada de algumas tropas da sua fronteira.
Relacionados
Parlamento russo apela a Vladimir Putin para aprovar a independência de territórios separatistas
Não há sinais "de redução da presença militar russa" no terreno. NATO admite "otimismo cauteloso"
"Juntamente com os nossos parceiros, conseguimos evitar qualquer nova escalada por parte da Rússia", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, citado pela agência francesa AFP.
Kuleba disse, no entanto, ser ainda demasiado cedo para ver uma redução real das tensões nesta crise, que abala a Europa desde o final de 2021.
"A situação permanece tensa, mas sob controlo", disse Kuleba.
O chefe da diplomacia ucraniana considerou ainda que, apesar do anúncio de Moscovo, é necessário esperar para perceber as intenções russas.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
"A Rússia está sempre a fazer todo o tipo de declarações, por isso temos uma regra: acreditaremos numa desescalada quando virmos a retirada das tropas", acrescentou.

Leia também:
"Boas notícias", mas há que manter a "frieza". Forças russas junto à Ucrânia começam a regressar às bases
Após semanas de tensão, a Rússia anunciou hoje o início do regresso de algumas das suas tropas destacadas perto da fronteira ucraniana aos quartéis de origem, alegando que terminaram os exercícios militares em que estiveram envolvidas.
O anúncio aconteceu no dia em que o Presidente russo, Vladimir Putin, recebe no Kremlin (sede da Presidência russa) o chanceler alemão, Olaf Scholz, para falarem sobre a crise.
Scholz deslocou-se a Moscovo depois de ter conferenciado com as autoridades ucranianas em Kiev na segunda-feira.
Os Estados Unidos da América (EUA) alertaram, na sexta-feira, que a Rússia podia atacar "a qualquer momento" e aconselharam os seus cidadãos a sair da Ucrânia, no que foram seguidos por vários países, incluindo Portugal.
O Ocidente acusou a Rússia de ter concentrado mais de 100.000 tropas nas fronteiras da Ucrânia para invadir novamente o país vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
A Rússia negou sempre o desejo de guerra, mas exigiu garantias para a sua segurança, incluindo uma promessa de que a Ucrânia nunca será membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
Esta exigência foi rejeitada pelo Ocidente, que propôs em troca conversações sobre outros assuntos de segurança, como o controlo de armas ou visitas recíprocas a infraestruturas sensíveis.