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O Governo britânico considerou esta quinta-feira "vital" para os interesses do Reino Unido o encontro entre o primeiro-ministro, Boris Johnson, e o homólogo húngaro, Viktor Orban, apesar de rejeitar o ponto de vista de Budapeste sobre os muçulmanos.
Johnson tem previsto reunir-se sexta-feira com Viktor Orban, numa altura em que a Hungria se prepara para assumir a liderança do grupo de Visegrado, que reúne também a Eslováquia, Polónia e República Checa, antes da cimeira do G7, que se realizará a 11 de junho na Cornualha, sudoeste da Inglaterra.
"A cooperação com a Hungria é vital para a prosperidade e segurança do Reino Unido", afirmou o porta-voz de Boris Johnson a repórteres, salientando que o encontro constitui uma "oportunidade" para "promover os interesses britânicos nestas regiões e discutir problemas na área mais ampla".
A Hungria de Orban despertou a irritação dos parceiros na União Europeia (UE) ao bloquear declarações mais duras sobre questões internacionais, como as que dizem respeito a Israel e à China.
Questionado sobre os comentários feitos recentemente por Orban, que afirmou que a Europa está "ameaçada por uma invasão muçulmana", o porta-voz de Johnson explicou que Londres não hesitará em levantar questões relacionadas com os direitos humanos.
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"[O primeiro-ministro britânico] condenou as declarações, que semeiam divisão e que são falsas", sustentou o porta-voz.
Orban é líder do Fidesz, um partido nacionalista conservador de direita, que é, atualmente, a maior força política da Hungria.
Johnson também já enfrentou uma chuva de críticas por comentários considerados ofensivos, como os feitos em 2018, quando comparou mulheres a trajar com burca a "caixas de correio" e a "assaltantes de banco".
Um relatório divulgado na terça-feira concluiu que o Partido Conservador britânico, liderado por Johnson, enfrenta um problema de islamofobia a nível local e individual.