"Maiores do que a torre Eiffel." Portugal tem grandes cavernas para armazenamento de gás

Joaquim Eduardo Sousa Góis, professor do departamento de Engenharia de Minas da Universidade do Porto, explica à TSF que Portugal faz a armazenagem subterrânea de gás há cerca de dez anos.

A Comissão Europeia vai apresentar até abril uma proposta legislativa para exigir que a capacidade de armazenamento subterrâneo de gás na União Europeia esteja preenchida em pelo menos 90% até outubro de cada ano, de forma a evitar problemas de fornecimento.

Em declarações à TSF, o professor do departamento de Engenharia de Minas da Universidade do Porto, Joaquim Eduardo Sousa Góis explica que em Portugal, na zona do Carriço perto de Leiria, já se faz o armazenamento de gás subterrâneo há cerca de uma década.

"A geologia daquele local oferece condições particulares para criarem grandes cavidades. Para termos uma noção da dimensão destas grandes cavernas, estamos a falar de cavernas que podem ter entre 170 e 300 metros de altura, algumas maiores do que a torre Eiffel, por 60 a 70 metros de diâmetro, o que dá um volume para armazenamento de gás subterrâneo de, em média, 500 mil m³", conta o professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

Neste momento existem seis cavernas operadas pela REN que servem para o armazenamento subterrâneo de gás: "Estes grandes volumes de armazenamento de gás disponíveis no Carriço dão para consumos médios em Portugal de três meses."

No entanto, a capacidade de armazenamento não se fica por aí. Juntando as zonas de Aveiro, de Peniche, da costa do Algarve e o porto de Sines, a capacidade é "muito mais".

"Temos uma capacidade de armazenamento de à volta de 330 milhões de m³", assegura o Joaquim Eduardo Sousa Góis.

O professor universitário aborda ainda outros possíveis locais para o armazenamento de gás, como minas abandonadas. Contudo, segundo o professor da FEUP, esta não é uma opção para Portugal e dá o exemplo das minas no Alentejo.

"É deixá-las estar a funcionar, porque elas, neste momento, estão a dar dinheiro. Nós temos das maiores minas de cobre da Europa e, ao preço a que as matérias-primas estão no mercado atualmente, é deixá-las estar a explorar o cobre e a funcionar", aconselha.

Joaquim Eduardo Sousa Góis explica ainda que Portugal não depende do gás adquirido à Rússia, até porque a maioria do combustível fóssil utilizado no país vem da Nigéria por via marítima.

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