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Pelo menos 327 empregados nas forças de segurança alemãs têm tendências "contrárias à ordem constitucional democrática", segundo um relatório apresentado hoje pelo Ministério do Interior alemão.
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De acordo com o documento, entre julho de 2018 e junho de 2021 foram identificados no total 860 possíveis casos de extremismo nas agências federais, entre elas, a polícia federal, os serviços de inteligência e os corpos de segurança regionais.
Em 38% dos casos confirmou-se a suspeita de que o funcionário em questão podia estar associado à extrema-direita ou com os "Reichsbürger", um grupo que recusa reconhecer o Estado alemão com base em teorias da conspiração.
Em 500 casos foram decretadas medidas disciplinares, adiantou o relatório, segundo o qual o número de extremistas nas forças de segurança tem vindo a aumentar desde a publicação do último estudo semelhante em outubro de 2020.
"Não permitiremos que o nosso Estado de Direito democrático seja sabotado a partir do seu interior por extremistas", declarou a ministra do Interior e social-democrata, Nancy Faeser, assegurando que a maioria dos membros das forças de segurança são leais à Constituição.
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Faeser anunciou também que este ano será apresentado um projeto de lei com o objetivo de reforçar as medidas disciplinares para remover "mais rapidamente" os "inimigos da Constituição" de dentro do serviço público.
A ministra destacou ainda a importância da prevenção destes casos nos processos de seleção do pessoal e através da formação dos trabalhadores.
Para o presidente dos serviços de inteligência do interior, Thomas Haldenwang, a existência de extremistas dentro das forças de segurança é como uma "bofetada na cara" para os membros que são fiéis à ordem democrática e constitucional.
Acrescentou ainda ser "preocupante" que 60% dos indivíduos identificados como extremistas, segundo o relatório, mantenham contactos pessoais, através de grupos de 'chat', com grupos da extrema-direita.