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Mais de 40 edifícios foram destruídos em Londres por incêndios na terça-feira, dia em que foram registadas temperaturas altas recorde, adiantou esta quarta-feira o presidente da Câmara Municipal de Londres, Sadiq Khan.
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Terça-feira, disse Sadiq Khan à BBC, foi "o dia mais movimentado desde a Segunda Guerra Mundial" para os bombeiros, com mais de 12 incêndios em simultâneo a certa altura, alguns dos quais necessitaram de 20 carros de bombeiros.
"Normalmente recebemos 350 telefonemas por dia, num dia movimentado podem chegar até 500 telefonemas, mas ontem [terça-feira] o corpo de bombeiros recebeu mais de 2.600" telefonemas, revelou.
Pelo menos 41 propriedades foram destruídas pelas chamas, adiantou.
A maioria dos incêndios foi controlada, embora alguns continuem em operações de rescaldo, comunicou esta manhã o Corpo de Bombeiros de Londres.
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Um dos mais graves foi registado em Wennington, no leste da cidade, onde ardeu uma área de cerca de 40 hectares de campos, edifícios agrícolas, casas e garagens, mas não existem relatos de feridos.
O alerta foi dado às 13h06 e o incêndio só foi dado como controlado às 21h47, estando em curso uma investigação às causas.
A pouca distância, em Dagenham, também no leste de Londres, um outro incêndio destruiu vários edifícios, incluindo residências, e 25 automóveis, levando à hospitalização de duas pessoas por intoxicação com fumo.
O comandante da corporação local, Paul McClenaghan, disse que o combate foi dificultado pela multiplicação rápida de focos de incêndio que alastraram a edifícios e a existência de botijas de gás que foi necessário retirar e arrefecer.
"Os nossos bombeiros trabalharam em condições incrivelmente quentes e difíceis. Havia cilindros envolvidos no incêndio, o que contribuiu para a dificuldade", afirmou.
As chamas demoraram cerca de 10 horas a controlar, entre a hora em que foram chamados, às 14:15, e o momento em que o fogo foi considerado sob controlo, às 22:40.
Apesar de as temperaturas na zona de Londres terem descido para cerca de 26.º C e os céus nublados indicarem aguaceiros, o perigo de incêndio permanece elevado porque o clima quente secou o solo e a vegetação em redor da cidade.
Khan urgiu as pessoas a evitarem fazer churrascos porque as áreas urbanas estão muito próximas de zonas com erva altamente inflamável.
"Assim que o fogo começa, espalha-se incrivelmente rápido, como incêndios florestais que se vêem em filmes ou em incêndios na Califórnia ou em partes da França", explicou Khan à BBC.
O Reino Unido bateu o recorde de temperatura mais alta de sempre com 40,3 graus Celsius registados na terça-feira em Coningsby, no centro de Inglaterra, de acordo com o instituto meteorológico britânico Met Office.
A onda de calor inédita levou as autoridades a emitirem o seu primeiro alerta vermelho devido ao risco para a vida, a aconselharem os cidadãos a permanecerem em casa e evitarem viajar. Incêndios menores também se registaram nos condados ingleses de Leicestershire, Hertfordshire, Suffolk, Norfolk, Lincolnshire e Yorkshire, segundo as autoridades.
O impacto continua-se a sentir, por exemplo nos transportes, com a linha de comboio entre Londres a Edimburgo fechada até o meio-dia para permitir a reparação dos cabos de eletricidade e equipamento de sinalização danificados por um incêndio, adiantou a companhia London North Eastern Railway.