- Comentar
Jair Bolsonaro recusou-se a falar sobre a precariedade das condições da prisão de Altamira, no Pará, onde morreram 57 presos, após uma luta entre organizações criminosas.

Leia também:
Rebelião em prisão do Brasil faz 52 mortos
À pergunta dos jornalistas, o Presidente da República do Brasil disse: "Perguntem às vítimas dos que morreram lá o que que eles acham. Depois de eles responderem, eu respondo-vos."

Leia também:
Número de reclusos mortos em motim numa prisão no Brasil sobre para 57
Está em causa a presença de mais de 300 presos numa penitenciária com capacidade para 200.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Ouça a reportagem de João Almeida Moreira, correspondente da TSF em São Paulo
O ministro da Justiça, Sergio Moro, ao contrário do líder do Governo, lamentou as mortes ocorridas. Moro prometeu a intensificação de "ações de inteligência" para que as autoridades estejam mais preparadas e para que rebeliões e situações "desta espécie não ocorram".
O ministro da Justiça afirmou também que vai disponibilizar vagas em prisões federais, as mais seguras do país, para "os autores da barbárie".
Especialistas em sistemas prisionais, como a advogada Raissa Belintani, contestam entretanto a posição do ministro, defendendo que há presos a mais no Brasil. Raissa Belintani referiu ao jornal Folha de S. Paulo que quem está preso muitas vezes nem é o traficante "mas o usuário de drogas ou quem trafica quantidades muito pequenas" e que deveria ter acesso a assistência social, saúde e educação.
Os 57 mortos em Altamira, que fazem desta rebelião a segunda maior desde o famoso Massacre de Carandiru de 1992, em que a polícia matou 111 presos, resultam da luta pelo controlo da rota da cocaína nas fronteiras entre Brasil, Peru e Colômbia.
Para o investigador Aiala Colares, ouvido pelo jornal O Estado de S. Paulo, "o Pará é um espaço que também vem sendo disputado pelas fações em função da sua posição geográfica e da importância que têm para o narcotráfico".
Neste caso, o ataque que resultou em 16 mortes por decapitação e as restantes por asfixia em consequência de um fogo posto, foi da autoria do Comando Classe A, um grupo local, contra membros do Comando Vermelho, com sede no Rio de Janeiro.