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A farmacêutica norte-americana Merck anunciou que o molnupiravir, um medicamento experimental para tratar os casos graves de Covid-19, reduz o risco de hospitalização ou morte em cerca de 50%, segundo os resultados de ensaios clínicos provisórios, citados pela BBC. Agora, a farmacêutica vai solicitar ao regulador dos Estados Unidos da América (EUA) autorização de uso de emergência do medicamento para tratar pessoas infetadas com o SARS-CoV-2.
Segundo a Merck, os resultados destes ensaios clínicos foram tão positivos que os cientistas pediram para terminarem mais cedo. Um procedimento que acontece quando os dados demonstram que um tratamento funciona e que, por isso, não há necessidade de mais testes antes de solicitar a autorização.
Caso seja autorizado pela agência norte-americana do medicamento (FDA, em inglês), o molnupiravir será o primeiro medicamento por via oral contra a Covid-19, uma vez que, até agora, todas as terapêuticas autorizadas requerem uma intervenção intravenosa em meio hospitalar. O comprimido, originalmente desenvolvido para tratar a gripe, foi concebido para introduzir erros no código genético do vírus, impedindo que se espalhe pelo corpo.

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A Merck e Ridgeback Biotherapeutics adiantaram ainda que os primeiros resultados mostraram que, no grupo de doentes que recebeu o molnupiravir cinco dias após os sintomas, registou-se uma taxa de hospitalização e de morte de cerca de metade em relação ao grupo a quem foi administrado um placebo. O estudo acompanhou 775 adultos com Covid-19 com sintomas leves a moderados e que foram considerados de maior risco para doença grave devido a problemas de saúde como obesidade, diabetes ou doenças cardíacas.
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Entre os pacientes que tomaram o molnupiravir, 7,3% foram hospitalizados ou morreram no final de 30 dias, em comparação com 14,1% dos que tomaram o placebo, adianta a agência Associated Press. Os responsáveis dos laboratórios adiantaram também que pretendem enviar os dados para o regulador norte-americano (FDA) nos próximos dias, que poderá tomar uma decisão no prazo de algumas semanas.
"Excedeu o que eu pensei que o medicamento poderia ser capaz de fazer neste ensaio clínico", adiantou Dean Li, vice-presidente do Merck Research Laboratories, para quem uma redução de 50% das hospitalizações e de mortes "é um impacto clínico substancial".

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O governo dos EUA já se comprometeu a adquirir 1,7 milhões de doses do medicamento, caso seja autorizado pela FDA, e a Merck adiantou que pode produzir 10 milhões de doses até o final do ano.